segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Efeito Eike: Technip, multinacional francesa do petróleo demite em massa no Rio de Janeiro

UC-RJ



A Technip, multinacional francesa especializada em projetos de engenharia e construção para a indústria de petróleo e gás, atua há muitos anos no Brasil. Detentora de muitos contratos nessa área, ela tem entre seus principais clientes aqui em nosso país gigantes como a Petrobrás e outros, que hoje podem ser consideradas gigantes de pés de barro, como a OGX (Empresa de Petróleo e Gás do grupo EBX) do senhor Eike, o outrora ícone do capitalismo brasileiro.

Mas parece que a derrocada do grupo EBX já faz estragos na poderosa Technip. Logo após o anúncio da suspensão de contratos pelo conglomerado de Eike, afundando em dívidas após o seu esquema de alavancagem financeira começar a implodir, a empresa francesa não perdeu tempo e deu início a um plano de demissões em massa. Alias, perder tempo na hora de explorar os trabalhadores é coisa que essa empresa não faz. Assim foi em agosto de 2009, quando na maior cara de pau, os diretores dessa riquíssima corporação multinacional procuraram o SINTCON-RJ (Sindicato dos Empregados do Setor), para propor a redução dos salários dos seus funcionários no Brasil.¹

O plano foi deflagrado do Rio de Janeiro, onde, segundo informações dos funcionários, somente na última sexta-feira, 02/08/2013, foram dispensados sem justa causa cerca de sessenta trabalhadores. Ao chegarem pela manhã na sede localizada no bairro da Glória, os demitidos foram pegos de surpresa, quando sentaram em suas mesas de trabalho e tentaram a conexão com o sistema que registra o ponto, não era mais possível, já estavam desempregados.

Essa covardia da Technip contra seus trabalhadores se insere em uma nova situação econômica, no Brasil e no Mundo, aberta em 2008, e ainda sem conclusão: uma crise estrutural do sistema capitalista, que não garante mais nada, nem estabilidade, muito menos prosperidade. Aqui e ao redor do mundo só observamos nos últimos anos o aumento da exploração e da retirada de direitos duramente conquistados pela classe trabalhadora.

Aos funcionários da multinacional francesa nossa inteira solidariedade, a nossa experiência mostra que a organização e a luta são o único caminho possível diante desses tristes acontecimentos. É preciso cobrar do governo da senhora Dilma um posicionamento contra essas demissões porque a Technip acaba de ganhar novos contratos com a Petrobrás, podendo muito bem suportar a quebra da OGX sem descontar nas costas dos seus empregados. O SINTCON-RJ não pode compactuar com os procedimentos dessa empresa, apesar de ser um Sindicato, infelizmente, ainda filiado a CUT (Central Sindical que se esmera em colaborar com o patronato e o governo), tem a obrigação de se colocar a disposição para encabeçar a luta contra as demissões, afinal, para que serve um Sindicato?