As celebrações de 20 anos do início de funcionamento da Universidade Estadual do Norte Fluminense estão se dando exatamente num momento em que a atual reitoria da instituição tenta quebrar a espinha dorsal do modelo acadêmico por Darcy Ribeiro.
E o pior é que nesse esforço de decapitação intelectual, a reitoria da UENF está se utilizando de toda sorte de tática para impedir a discussão e o amplo debate sobre os impactos reais da criação de professores que não atuam em regime de Dedicação Exclusiva e, pior, o surgimento de um quadro de professores horistas cujo uso declarado em nota oficial seria na criação de cursos como Medicina e Direito . Tudo isso em nome de demandas que não sabe bem qual é a origem, mas que provavelmente são próprio (des) governo de Sérgio Cabral.
A reitoria quer impedir o mais amplo debate porque onde o mesmo vem ocorrendo a rejeição é ampla e massiva. A vaia que os estudantes deram no reitor, Silvério Freitas, na última 4a. feira é não só histórica, mas como expressa o repúdio a essa tentativa de desfigurar um projeto que é de importância estratégica por razões cuja natureza, em sua maioria, são inconfessáveis.
Nos resta cobrar e exigir que o Conselho Universitário recue de uma posição que não foi discutida amplamente e que só foi imposta a partir do desrespeito de vários representantes em relação aos seus representados, o que implica numa violentíssima quebra de protocolos de confiança que são a base do funcionamento de qualquer organização social, mas especialmente de universidades onde o amplo debate de idéias é a própria razão da sua existência.
O fato é que não lutamos tanto para termos a autonomia universitária em relação à FENORTE para vermos passivamente uma reitoria destruir o projeto de transformação social que a UENF de Darcy Ribeiro incorpora de forma tão clara e precisa.
Nesse aniversário é preciso dizer que essa reitoria não nos representa!