Após sair do comando da MP(X) e da LL(X), Eike Batista está sendo "convidado" a abandonar o timão da OG(X). A explicação para isso, dito em português claro, é que a presença de Eike no comando das empresas que ele criou é ruim para os negócios.
Apesar dessa não ser uma situação não ser nova, pois Irineu Evangelista (o Barão de Mauá) e Percival Farquhar (o fundador da Vale do Rio Doce) já viveram o mesmo processo de fritura de imagem e corrosão de fortunas. A diferença com Evangelista e Farquhar é que Batista se expôs de uma maneira inédita através das mídias sociais, coisas que os ícones caídos do Século XIX não tiveram a sorte ou azar de ter em suas mãos.
Mas a saída de cena de Eike não significa que os problemas legais e econômicos que ele enfrenta vão repentinamente estar resolvidos. Como no caso do Porto do Açu, os danos causados pelas empresas "X" ainda incluem os ecossistemas ali existentes (começando pela salinização de águas superficiais e terras), o mais provável é que Eike Batista passe os próximos anos literalmente enredado em problemas sérios.
Agora o que me parece mais emblemático no caso de Eike e suas empresas é que ele arrastou junto consigo uma série de agentes e órgãos públicos que, agora, estão literalmente enrolados numa situação da qual terão dificuldades de escapar. Afinal, depois de injetar bilhões de reais e criar um mecanismo "fast food" de licenciamento ambiental para viabilizar em tempo recorde os diversos empreendimentos da franquia "X", agora que houve o colapso vai ficar difícil se desvencilhar e ficar ileso às consequências.
Já no que toca aos afetados pelo empreendimento do Porto do Açu a hora é de um entusiasmo contido, mas que pode desembocar em ações ousadas para publicizar o drama a que foram submetidos nos últimos quatro anos. Há até gente que fale de um movimento de "Ocupa LL(X)". Se isso acontecer, ai é que a pressão sobre Eike Batista vai atingir níveis estelares. A ver.