Fernando Gabeira desde que voltou do seu exílio dourado na Suécia se transformou gradual mas consistentemente na face mais viçosa de um pensamento reacionário que ataca todos os elementos que afrontem o status quo em nome de um democracia pluralista. Afora o fato de que a democracia burguesa estabelecida no Brasil é para lá de precária, não há exemplo em qualquer governo dito democrático de que quaisquer direitos essenciais dos trabalhadores é garantido sem a luta organizada.
Mas nada disso parece incomodar Gabeira que, convenhamos, vem se tornando uma figura dispensável para a direita brasileira, pois já perdeu qualquer áurea de legitimidade, mesmo entre o seu público da zona sul do Rio de Janeiro.
Agora ele vem a público, através de artigo no jornal O ESTADO DE SÃO PAULO (Aqui!) para questionar as razões e motivos, e ligações partidárias da Mídia NINJA, justamente num momento em que a ação desse grupo nos serve um mínimo de entrada na realidade que está se desdobrando nas ruas de diferentes do Brasil ao mostrar que nenhum órgão da mídia empresarial quer mostrar.
Gabeira, como tantos outros que vivem das migalhas de uma mídia parcial que oculta todas as mazelas a que os trabalhadores vivem, agora questiona a parcialidade assumida da Mídia NINJA, mas não fala nada da persistente ação da mídia empresarial para desfigurar a realidade ao nos fornecer propaganda em vez informação.
Dada a crescente influência que as mídias alternativas, que não ocultam seus compromissos à direita e à esquerda, o que estamos talvez vendo é o último suspiro de um pensador de direita que enganou por algum tempo, mas que a partir de agora não vai enganar mais ninguém.