RAQUEL LANDIM, DE SÃO PAULO
O Mubadala, fundo soberano do governo de Abu Dhabi, está procurando sócios para as empresas de Eike Batista, para tentar salvar seu investimento no grupo.
Segundo a Folha apurou, os árabes estão dispostos a comprar participações na MMX (mineração), na OGX (petróleo) e na LLX (que opera o porto do Açu) em conjunto com sócios estratégicos.
A lógica do movimento do Mubadala é impedir que os ativos de Eike sejam vendidos a preços muitos baixos, desvalorizando seu próprio investimento.
O Mubadala ainda possui US$ 1,5 bilhão aplicados no grupo EBX a serem pagos num prazo de sete anos. Essa dívida já foi maior. No início de julho, Eike pagou US$ 500 milhões aos árabes.
Em abril do ano passado, o Mubadala injetou US$ 2 bilhões no grupo EBX em troca de uma fatia de 5,63% na Centennial Asset Brasil, holding que reúne as participações de Eike nas empresas. A operação ganha o nome técnico de "investimento estruturado como dívida".
OPERADOR
O novo aporte do Mubadala nas empresas X, no entanto, está condicionado à entrada de sócios estratégicos. O fundo árabe seria apenas um sócio capitalista e precisa de uma parceiro operador para tocar o dia a dia das empresas.
Na MMX, esse parceiro poderia ser a trading suíça Glencore. Na OGX, a estatal malasiana Petronas vem sendo sondada. Os árabes também já estiveram visitando o porto do Açu, no litoral norte do Rio de Janeiro.
O objetivo das negociações, que vem sendo conduzidas pelo BTG Pactual, é tirar Eike do controle das empresas. A mudança de dono seria necessária para que as companhias voltassem a ter acesso a crédito privado e até a empréstimos do BNDES.
Procurados, EBX e Mubadala não comentaram o assunto.