quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Urucubaca sem fim: Usina de Eike Batista, no Porto do Açu, encalha em pregão para 2018

Usina de Eike encalha em leilão de energia para 2018


DENISE LUNA, DO RIO

Cercado por más notícias, o empresário Eike Batista adicionou mais uma derrota ao não conseguir vender nesta quinta-feira (29) sua usina de carvão no Porto do Açu, no primeiro leilão de energia de 2013, para compra de energia em 2018, informou a EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

Com deságio médio de 10,74% em relação ao preço inicial, o leilão vendeu projetos que somam uma capacidade instalada de 1.265 megawatts, com preço médio de R$ 124,97 o megawatt-hora. Os investimentos relativos aos projetos somam R$ 5 bilhões.

O leilão ofereceu projetos com geração de energia a partir de pequenas centrais hidrelétricas, biomassa, carvão, e uma usina hidrelétrica de 400 megawatts. Nenhuma usina a carvão foi vendida.

"Entre os pontos positivos destacados está a contratação apenas de fontes de origem renovável, incluindo pequenas centrais hidrelétricas e termelétricas à biomassa", destacou a EPE em nota, que não vinham sendo negociadas há vários leilões públicos de energia.

A usina hidrelétrica de Sinop, no rio Teles Pires, em Mato Grosso, foi adquirida por um consórcio formado pelas empresas Alupar, Chesf (Companhia Hidrelétrica de São Francisco) e Eletronorte. O preço final foi de R$ 109,40 o MWh.

Trinta e quatro concessionárias participaram do leilão e assinaram contratos de compra e venda de energia por 30 ano a partir de 2018 (A-5) para os projetos hidrelétricos e de 25 anos para os empreendimentos a biomassa.

Ganharão novas usinas os Estados de Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Santa Catarina e São Paulo, informou a EPE.

Além da usina hidrelétrica de Sinop foram vendidas 8 pequenas centrais hidrelétricas, duas usinas de biomassa a partir do cavaco de madeira, 7 usina a biomassa de cana-de-açúcar. Uma pequena usina hidrelétrica, Salto Apiacás, de 45 MW, também conseguiu vender energia do leilão.

"Essas usinas (biomassa a cavaco de madeira) são quase como térmicas a gás natural, pois elas podem ser acionadas para operar o ano todo, a qualquer momento, não dependendo de safra como no caso da cana-de-açúcar. O fato de o cavaco de madeira ter se tornado competitivo é um ótimo sinal", disse o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim.

Ao todo foram vendidos 19 projetos de 36 habilitados pela EPE. Os que sobraram poderão voltar no próximo leilão de energia A-5, previsto para dezembro.