Usina de Eike encalha em leilão de energia para 2018
DENISE LUNA, DO RIO
Cercado por más notícias, o empresário Eike Batista adicionou mais uma derrota ao não conseguir vender nesta quinta-feira (29) sua usina de carvão no Porto do Açu, no primeiro leilão de energia de 2013, para compra de energia em 2018, informou a EPE (Empresa de Pesquisa Energética).
Com deságio médio de 10,74% em relação ao preço inicial, o leilão vendeu projetos que somam uma capacidade instalada de 1.265 megawatts, com preço médio de R$ 124,97 o megawatt-hora. Os investimentos relativos aos projetos somam R$ 5 bilhões.
O leilão ofereceu projetos com geração de energia a partir de pequenas centrais hidrelétricas, biomassa, carvão, e uma usina hidrelétrica de 400 megawatts. Nenhuma usina a carvão foi vendida.
"Entre os pontos positivos destacados está a contratação apenas de fontes de origem renovável, incluindo pequenas centrais hidrelétricas e termelétricas à biomassa", destacou a EPE em nota, que não vinham sendo negociadas há vários leilões públicos de energia.
A usina hidrelétrica de Sinop, no rio Teles Pires, em Mato Grosso, foi adquirida por um consórcio formado pelas empresas Alupar, Chesf (Companhia Hidrelétrica de São Francisco) e Eletronorte. O preço final foi de R$ 109,40 o MWh.
Trinta e quatro concessionárias participaram do leilão e assinaram contratos de compra e venda de energia por 30 ano a partir de 2018 (A-5) para os projetos hidrelétricos e de 25 anos para os empreendimentos a biomassa.
Ganharão novas usinas os Estados de Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Santa Catarina e São Paulo, informou a EPE.
Além da usina hidrelétrica de Sinop foram vendidas 8 pequenas centrais hidrelétricas, duas usinas de biomassa a partir do cavaco de madeira, 7 usina a biomassa de cana-de-açúcar. Uma pequena usina hidrelétrica, Salto Apiacás, de 45 MW, também conseguiu vender energia do leilão.
"Essas usinas (biomassa a cavaco de madeira) são quase como térmicas a gás natural, pois elas podem ser acionadas para operar o ano todo, a qualquer momento, não dependendo de safra como no caso da cana-de-açúcar. O fato de o cavaco de madeira ter se tornado competitivo é um ótimo sinal", disse o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim.
Ao todo foram vendidos 19 projetos de 36 habilitados pela EPE. Os que sobraram poderão voltar no próximo leilão de energia A-5, previsto para dezembro.