Eike e Esteves: fim da linha
A poucos dias de completar seis meses, a parceria entre o BTG Pactual, de André Esteves, e o grupo X, de Eike Batista, pode ser desfeita dentro de algumas horas. Os termos do distrato estão sendo discutidos hoje.
Pelo contrato assinado em março, o BTG passou a ser o grande conselheiro financeiro do grupo EBX. Esperava-se que concederia linhas de crédito e faria investimentos de capital de longo prazo em projetos de Eike.
Desde o início o casamento tinha fissuras. De lado a lado, as desconfianças e as críticas mútuas só cresciam. O divórcio era, para aqueles que acompanham de dentro a “parceria”, uma questão de tempo.
Quando foi anunciado o acordo, Eike chegou a dizer num comunicado oficial:
- Esta parceria é, acima de tudo, uma parceria para o sucesso do Brasil.
A um interlocutor, o sempre otimista Eike cunhou uma frase de efeito:
- The magic Eike is back.
Nem um, nem outro.
Eike Batista perde com a saída do BTG. Eike precisa – e muito – de credibilidade, e ela é evidentemente afetada quando o ex-salvador da pátria vai embora.
Esteves, do BTG, ganha. Quando entrou no negócio vislumbrou belas tacadas. Nada saiu como esperado e, pior, com a avalanche de más notícias do grupo EBX sempre corria o risco de arranhar a imagem do banco.
Por Lauro Jardim