Jornal do Brasil
Diante de tantas acusações sem defesa, sem justificativas e explicações por parte do governador Sérgio Cabral, o Rio se encontra em uma espécie de estado de sítio.
Manifestantes não engolem mais perguntas sem respostas, como o uso particular de helicóptero comprado com verba pública; relações nebulosas com donos de empreiteiras, como Fernando Cavendish; obras que estouram o orçamento, como a reforma do Maracanã; políticas de pacificação que escondem a violência, como o desaparecimento do pedreiro Amarildo, entre tantos outros escândalos que marcam a história recente do Rio.
E toda esta indignação explode nas ruas, incendiando a cidade e transformando a rotina dos cariocas. Manifestações atingem também o comerciante, que é obrigado interromper suas atividades, a população, no seu direito e ir e vir, o trabalhador, que não pode ir ao trabalho, crianças, que não podem ir para as escolas.
Os protestos não podem ser coibidos, mas a cidade não pode ficar sem a autoridade necessária para evitar esta paralisação.
A indignação do povo que acontece aqui, acontece também no Egito. No Brasil, felizmente sem as centenas de mortes que chocaram o mundo.
Esperamos que o Brasil não se torne um Egito.