Ainda sob os efeitos da esclarecedora da reitoria da UENF sobre as novas razões para quebrar o modelo de Darcy Ribeiro, sou obrigado a reconhecer que a minuta da precarização tinha de ser mutante porque mutantes são as razões para sustentá-la. Senão vejamos como a "explicação" foi mudando no tempo:
A. Quando essa história começou, a quebra da D.E. era uma imposição do (des) governo de Sérgio Cabral, uma espécie de chantagem, para pagar a remuneração relativa à D.E. Era o famoso "ou dá ou desce".
B. Depois quado a minuta finalmente apareceu aos olhos de um público limitado, surgiu o argumento de que além de se quebrar a D.E. seria necessário criar os professores horistas para se resolver problemas com o oferecimento de disciplinas instrumentais, principalmente nos cursos do CCT.
C A quebra da D.E. e a criação da categoria de professores horistas é para ampliar o escopo de cursos oferecidos (Medicina, Direitos e "algumas engenharias" (sic!), de modo a atender demandas da "sociedade".
Bom, se olharmos onde as "explicações" da reitoria chegaram veremos que os itens "A" e "B" nunca foram realmente a razão de se ceder à "chantagem" do (des) governo de Sérgio Cabral, pois a razão "C" já fazia parte dos planos da dupla que foi eleita para gerir a UENF. A única coisa que faltou foi o prometido debate "exaustivo" que foi prometido para se quebrar. No lugar do debate exaustivo o que tivemos foi a imposição goela abaixo de uma medida que quanto mais se explica, mais se complica.
Eu diria que a "audiência" de hoje (essa reitoria tem cada inovação!) com os estudantes deveria ser acompanhada pelo maior número possível de professores, pois é provável que mais alguma novidade curiosa apareça. Mas uma coisa fica clara: alguém precisa ensinar aos membros da reitoria dos males do efeito de não se dizer a verdade logo de cara. É que normalmente quando ela aparece sob a pressão das ruas, os resultados são péssimos para quem tentou ocultá-la.