quinta-feira, 21 de março de 2013

Prédios para vítimas de tragédia no morro do Bumba apresentam rachaduras

Do UOL, no Rio


A entrega de apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida destinados a sobreviventes da tragédia do morro do Bumba, há três anos, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, deve ser adiada pela construtora responsável pelas obras. A inauguração estava prevista para julho deste ano, mas as obras foram parcialmente paralisadas pela empreiteira Imperial Serviços Limitada.

Segundo informações da "TV Globo", dois dos 11 edifícios que integram o conjunto habitacional Zilda Arns II, situado no bairro do Fonseca, apresentam rachaduras, e pelo menos um dos imóveis terá que ser demolido. Na quarta-feira (20), representantes da Caixa e da Imperial participaram de uma reunião a fim de debater sobre o problema. Na versão da empreiteira, as rachaduras teriam sido causadas por acúmulo de água no solo.

As vítimas que seriam beneficiadas vivem há três anos nas dependências do antigo 3º BI (Batalhão de Infantaria do Exército), em São Gonçalo, cidade vizinha a Niterói. De acordo com a Caixa Econômica Federal, foram liberados R$ 22 milhões para a construção dos dois conjuntos habitacionais, com recursos do FAR (Fundo de Arrendamento Residencial). O custo individual de cada prédio é de aproximadamente R$ 2 milhões.

Os representantes da Imperial Serviços não foram localizados para comentar o assunto. Já a Caixa afirmou que aguardará a conclusão dos laudos técnicos para "reprogramar os prazos de entrega" dos apartamentos. Se for constatada a responsabilidade da construtora pelos danos à estrutura dos imóveis, a mesma terá que arcar com os custos de demolição e reconstrução. Do contrário, as despesas serão arcadas pela seguradora do empreendimento.

Em abril de 2010, deslizamentos de terra causados pela chuva provocaram a morte de mais de 50 pessoas e deixaram dezenas de desaparecidos. Após a tragédia, veio à tona que a favela do Morro do Bumba havia sido construída por cima de um antigo lixão. O excesso de lixo, a presença de gás, características topográficas, ocupação desordenada e chuvas intensas teriam sido os fatores que causaram o desabamento.