Quem se der ao trabalho de ler o artigo abaixo, publicado pelo site Ururau, e não se atentar ao fato de que as empresas da franquia "X" que são ali apresentadas como envolvidas no plantio de vegetação de restinga numa fazenda de propriedade do conglomerado são as mesmas que estão envolvidas no processo de expulsão de centenas de famílias de agricultores familiares e na salinização de terras do V Distrito, pode acabar pensando que realmente há um rasgo de preocupação ambiental dentro do Grupo EBX.
No entanto, se esse fosse o caso, estaríamos defrontados com a materialização da dualidade Dr. Jekyll/Mister Hyde que já foi imortalizada em diferentes encenações de peças de teatro e filmes. Mas o fato é que nem disso se trata. Afinal, com Dr. Jekyll e Mr. Hyde, temos a metáfora da luta que todo ser humano trava entre o bem e o mal que toodo homem carrega em si. No presente caso, o que temos é uma corporação que simula a se adaptar a um novo paradigma de desenvolvimento, enquanto transforma de forma vertical e autoritária toda uma região. E tudo isso sob os auspícios tolerantes do aparelho de Estado.
Assim me desculpem os "voluntários" que estão envolvidos, sabe-se lá se voluntariamente ou a soldo, no que a matéria trata. A mais pura verdade é que não adianta replantar sabe-se lá quantas mudas, enquanto toda a região vive sob a ameaça do apocalipse social e ambiental. Ai não há dualidade Dr. Jekyll e Mr. Hyde que explique.
E uma questão que cabe tanto para a UENF como para o Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro: com quantas bolsas se apaga a obrigação das universidades de desenvolverem conhecimento crítico e qualificado que não pode jamais estar subordinado aos interesses privados das corporações econômicas?
Plantio de restinga na RPPN Fazenda Caruara marca Dia da Floresta
Divulgação
Para recuperar área, foi criado um viveiro com capacidade de 500 mil mudas
Colaboradores da LLX, OSX, MPX e de empresas terceirizadas que atuam na construção do Complexo Industrial do Superporto do Açu participaram (21/03), dia Mundial da Floresta, do plantio de restinga na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Caruara.
A iniciativa faz parte do Programa Integrado de Recomposição de Restinga, contemplado no Programa de Conservação da Biodiversidade, que tem por objetivo integrar ações para preservar e conservar o bioma de restinga da região de São João da Barra. Representantes do Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro, parceiro do projeto na área de pesquisas, também participaram do plantio.
Para contribuir com a recomposição de um dos ecossistemas mais ameaçados no país, as empresas LLX, OSX e MPX, assumiram a execução de replantios de restinga na RPPN Fazenda Caruara. No Superporto do Açu, foi instalado um viveiro institucional com capacidade para produção de 500 mil mudas por ano, que atualmente conta com 61 espécies de restinga. A iniciativa também é uma oportunidade para o desenvolvimento de técnicas que poderão ser replicadas em diferentes regiões da costa brasileira.
Um dos pilares do Programa de Conservação da Biodiversidade, é a Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Caruara, a maior unidade de conservação de restinga particular do País, com 4 mil hectares. A criação da RRPN Fazenda Caruara, a primeira de São João da Barra, é uma iniciativa voluntária da LLX, alinhada com a política de sustentabilidade do Grupo EBX de ir além das obrigações legais.
O Programa de Conservação da Biodiversidade também contempla convênio com o Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro e com a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), com o objetivo de produzir conhecimento técnico/científico e formar profissionais com a distribuição de bolsas de pesquisa.
De acordo com Paulo Farag, gerente de Serviços Florestais na RPPN Fazenda Caruara, esta é uma iniciativa inédita no país. "Temos muito orgulho de desenvolver este trabalho com uma vegetação ameaçada, como é a restinga, e de podermos registrar todo conhecimento que estamos adquirindo aqui", destacou.
