RIO DE JANEIRO, 19 Mar (Reuters) - O empresário Eike Batista está negociando a venda de uma fatia do capital acionário da MPX, sua empresa de energia, informou a companhia nesta terça-feira em fato relevante.
O comunicado ao mercado ocorre após a veiculação de notícias na imprensa brasileira de que a empresa de Eike estaria negociando com a alemã E.ON, que já possui cerca de 12 por cento das ações da MPX, um aumento na sua participação acionária.
Um porta-voz da E.ON afirmou na quinta-feira que a companhia planeja continuar no Brasil e vê Batista como um parceiro, mas destacou que a "estratégia não é ser majoritária no negócio".
No comunicado, a MPX informou que não há qualquer documento assinado ainda e que vai manter o mercado informado sobre os desdobramentos de um potencial negócio.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que já apoiou o grupo EBX em outras operações, não tem intenção de investir no capital na MPX, segundo uma fonte com conhecimento do assunto.
O banco de fomento não pôde ser contatado imediatamente para comentar sobre o assunto na noite desta terça-feira.
Outra fonte, próxima a Eike Batista, disse à Reuters que o empresário tem se movimentado para vender ações e ativos porque a estratégia de captar recursos principalmente junto a fundos e investidores asiáticos fracassou.
Para reverter a situação, o grupo EBX associou-se ao banco BTG Pactual para uma parceria de cooperação estratégica envolvendo assessoria financeira --que poderia levá-lo aos investidores asiáticos esperados por Eike --, além de linhas de crédito e investimentos de capital de longo prazo.
As empresas de Eike sofrem com a crescente desconfiança do mercado, diante de atrasos em projetos e resultados operacionais abaixo dos esperados.
Depois de reportar prejuízo em 2012 bem maior que o registrado em 2011 e anunciar a desistência de um projeto de minério no Chile, a MMX informou que está revisando outros projetos com o objetivo de enxugar investimentos.
A OGX, petroleira de Eike, também informou recentemente queda na produção em mar, mais um resultado ruim que desagradou o mercado.
(Por Sabrina Lorenzi, Juliana Schincariol, Guilhermo Parra-Bernal e Tom Kaeckenhoff)