No dia 20/3 (amanhã), às 11 horas, o Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP) promoverá o seminário intitulado Impacto dos grandes empreendimentos recentes no Rio de Janeiro sobre a saúde da população: o caso da TKCSA, com o pesquisador Hermano de Castro. O evento ocorrerá na sala 32 do prédio do Cesteh.
A ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) move um processo contra Hermano de Castro e Alexandre Pessoa Dias, pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), em razão do relatório “Avaliação dos impactos socioambientais e de saúde em Santa Cruz decorrentes da instalação e da operação da empresa TKCSA”. O relatório, produzido pelos dois pesquisadores, indica que o pó (amianto) emitido pela siderúrgica, localizada na zona oeste do Rio de Janeiro, contém substâncias tóxicas como silício, enxofre, manganês e outros.
Segundo Hermano, mais do que um problema de saúde ocupacional, o amianto é um grande problema de saúde pública. O setor econômico, diz ele, defende o uso controlado do produto e afirma que os poucos casos notificados de mesotelioma (tipo de câncer ocasionado pela exposição ao amianto) são decorrentes do processo de trabalho, quando, na verdade, há uma subnotificação da doença no Brasil. Cerca de 80% a 85% dos óbitos ocorrem em 12 meses, e o restante, em até quatro anos.
Sobre o palestrante
Hermano de Castro é graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ (1980), mestre em Clínica Médica, na área de concentração em Pneumologia, pela UFRJ (1994) e doutor em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (2000). Possui experiência na área de saúde, trabalho e ambiente. Atua, principalmente, nos seguintes temas: políticas de saúde do trabalhador e saúde ambiental, doenças respiratórias ambientais e ocupacionais (pneumoconioses, silicose, asbestose e doenças respiratórias relacionadas à qualidade do ar).