quarta-feira, 27 de março de 2013

Os desafios da OGX que deixam os analistas céticos para 2013

Entenda por que este ano não deve ser, exatamente, empolgante para a petroleira de OGX, segundo os especialistas


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Marcela Ayres, de

São Paulo - Embora 2012 tenha marcado o início da produção comercial da OGX, a petroleira de Eike Batista encerrou o ano em um cenário para lá de desafiador. O prejuízo da companhia no período foi de 1,2 bilhão de reais, mais que o dobro do reportado no ano anterior. E as perspectivas futuras não são exatamente animadoras.

Veja o porquê em tópicos abordados pela empresa e levantados por analistas do mercado:


Sufoco no caixa


A companhia divulgou uma posição de caixa de 1,7 bilhão de dólares no último dia do ano. Como a OGX tem planos de investir 1,3 bilhão de dólares em 2013 - um acréscimo de 100 milhões ante sua última previsão -, a situação financeira da empresa começa o ano mais apertada.

Do lado do dinheiro que entra, a geração de caixa não deverá ser tão grande, já que a OGX ainda toca seu plano de desenvolvimento para a produção de petróleo. Pelos cálculos da companhia, o montante deverá ser de cerca de 330 milhões de reais.

Mas do lado que sai, a empresa terá que arcar com o pagamento de empréstimos tomados para financiar sua operação, algo em torno de 600 milhões de reais no ano. Além disso, a companhia precisará de mais dinheiro para participar da próxima rodada de licitação da Agência Nacional do Petróleo, caso opte por esse caminho.

O presidente da empresa, Luiz Carneiro, já adiantou que, se a OGX resolver entrar no processo - uma possibilidade ainda em aberto, embora "interessante" -, a empresa não irá se endividar. "Se nós formos participar de rodada de licitações, será com disciplina de capital. Temos opções em aberto, como fazer um farm down dos nossos ativos", disse, reforçando que a empresa pode se desfazer de alguns deles para se capitalizar.

Na visão de muitos analistas, a OGX deverá optar pelo exercício de opção de venda no valor de 1 bilhão de reais ainda este ano, uma hipótese que foi confirmada como possibilidade para o ano durante a teleconferência da companhia. "A tentativa frustrada da OSX na última semana de emitir bonds sugere que o exercício da opção de venda (em contraposição à emissão de dívida), parece ser o caminho mais provável", afirmaram os analistas do Bradesco, em relatório sobre a petroleira.


Produção reduzida


Em comunicado, a OGX também admitiu que a produção dos dois primeiros poços do campo de Tubarão Azul ficaram aquém do esperado. Para o terceiro deles, os números ainda não são definitivos. "Reconhecemos que o volume total de barris recuperáveis deverá ser reduzido", disse o presidente da companhia, em trecho do relatório. O fator de recuperação da companhia deverá ficar em torno de 25%, disseram os executivos da empresa, durante call com analistas.

A nova avaliação levantou dúvidas no mercado sobre o potencial de áreas próximas à de Tubarão Azul. Nesta quarta, o presidente da companhia, Luiz Carneiro, tentou dissipar a desconfiança afirmando que as regiões "têm situações geológicas diferentes".

Quando a Bacia de Campos foi considerada comercial em maio do ano passado, a companhia divulgou uma expectativa que ela tivesse 110 milhões de barris recuperáveis. Desde o início da produção, foram produzidos 3,9 milhões de barris.

Segundo analistas do Itaú BBA, a redução nos volumes recuperáveis de Tubarão Azul deverá pesar sobre a ação da companhia, que já perdeu mais de 80% do seu valor no último ano. Já Andréa Aznar e Carolina Flesch, do BB Investimentos, acreditam que os investimentos em exploração realizados no ano passado, somados aos que virão este ano, poderão contribuir para a melhoria dos resultados. "Continuamos na expectativa de que a companhia firme novos contratos para a venda de grandes volumes de óleo e gás, com o objetivo de obter receitas consistentes e regulares", assinaram em relatório.





FONTE:http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/os-desafios-da-ogx-que-deixam-os-analistas-ceticos-para-2013?page=1