Por Rafael Bitencourt | Valor
BRASÍLIA - O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Volney Zanardi Júnior, anunciou hoje que a área sob alerta de risco de desmatamento na Amazônia Legal aumentou 26% entre 2012 e 2013. Os dados são do sistema de detecção do desmatamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), na comparação entre os períodos compreendidos de agosto/2011 a fevereiro/2012 e de agosto/2012 a fevereiro/2013.
O alerta serve de indicação para o Ibama traçar as estratégias para operações de fiscalização. A área da região amazônica em estado de alerta saltou de 1.338 quilômetros quadrados (km²), em 2012, para 1.696 km², em 2013. O monitoramento ocorre, em tempo real, por imagens geradas por satélites.
O período de agosto e janeiro do ano subsequente é escolhido em razão da qualidade das imagens apuradas por satélites. Nos demais meses, a cobertura de nuvens do período chuvoso compromete o detecção, pelo Inpe, das possíveis áreas com eventual ação de desmatamento.
O Estado com maior área em alerta é Moto Grosso, com 734 km² identificados entre agosto de 2012 e fevereiro de 2013. O Estado registrou um crescimento de 22% das áreas com indícios de desmatamento, em relação ao mesmo período do ano anterior (604 km²). Em seguida estão Pará, com 428 km² em alerta até fevereiro deste ano, e Rondônia, com 270 km² no mesmo período.
De uma área 1.053 km² indicada pelo Inpe, o Ibama constatou “in loco” que 46% contavam com “corte raso” da vegetação, o que é configurado como desmatamento. Outros 47% correspondeu a “degradação florestal”, em que se registra algum tipo de queimada. Os 7% restantes estão atrelados à terminologia “falso positivo”, onde geralmente é encontrada espelho d’água ou camada de rocha que geram suspeita ao aparecer nas imagens de satélites.
A cobertura de nuvens é um dos grandes desafios para o trabalho do Inpe para detecção de áreas com suspeita de desmatamentos. Em janeiro/2013, por exemplo, o instituto disparou alerta para apenas 9 km² de área, dada a visibilidade comprometida pela cobertura de nuvens de 66%, o que contrasta com agosto/2012 que registrou 522 km² com possíveis focos de desmatamento, porém com a cobertura de nuvens de apenas 5%.
(Rafael Bitencourt | Valor)