quarta-feira, 5 de junho de 2013

Os múltiplos desafios que esperam Nelson Nahim na FENORTE


A nomeação do ex-presidente da Câmara de Vereadores, Nelson Nahim, gerou várias ondas sísmicas, a começar por um pronunciamento de seu irmão e atual desafeto, o deputado federal Anthony Garotinho.  Mas essa repercussão Nelson Nahim já devia estar mais do que esperando, pois como político experiente ele deve saber muito bem quais são as consequências de afrontar o seu irrequieto irmão.

Entretanto, existem mais pregos no caminho do carro do presidente da FENORTE do que Nahim pode estar antecipando. O primeiro é uma campanha incentivada pelo agora ex-presidente, Almy Junior, que estimulou uma campanha pró-integração dos servidores da FENORTE no quadro de servidores da UENF. Aliás, periga até Nahim chegar para o seu primeiro dia de exercício no cargo e encontrar uma manifestação de servidores da FENORTE pedindo a tal integração à UENF.

Outro prego é a percepção internalizada até no quadro de servidores da FENORTE de que a fundação que um dia mandou nos destinos da UENF não passa de um cabide de empregos para aliados políticos do governador de plantão. Aliás, a ida de Nelson Nahim só faz aumentar a percepção de que a FENORTE se transformou numa espécie de fim de caminho para políticos sem cargos ou de postulantes à ter cargos políticos. Mas seja lá o que for o caso, essa é a percepção contra a qual Nahim vai ter de se defrontar caso não queira que a FENORTE se torne sua sepultura política.

Porém há duas coisas básicas que Nelson Nahim poderá fazer para aparecer como alguém que poderá tornar a FENORTE algo que seja útil para a sociedade e uma instituição na qual seus servidores, em vez de quererem ir  embora, tenham orgulho de servir e trabalhar. A primeira é conseguir que os mesmos 22% de aumento salarial que foram dados aos servidores da UENF em 2010 sejam incorporados aos salários dos servidores da FENORTE. Aliás, convenhamos, esse é um baita desrespeito aos servidores que ainda não fugiram da FENORTE. A segunda coisa que Nahim poderia fazer é aparecer para trabalhar todos os dias, usando essa presença para estimular a retomada de um ambiente dinâmico de trabalho. Afinal, quando o comandante da tropa não aparece sequer para bater o ponto, não há porque cobrar dos comandados que façam alguma coisa.

Ah! Para a UENF há algo fundamental que Nelson Nahim pode fazer também: levar a sede da FENORTE para bem longe do campus Leonel Brizola. Essa convivência não serve para nada de bom, e dá, inclusive, chance para oportunistas fazerem promessas que não possíveis de serem cumpridas. Um bom local para hospedar a FENORTE é a antiga sede da CEDAE na Rua Treze de Maio. O local lá é bom, o prédio é suficiente para hospedar os servidores e a mudança só custaria algumas pequenas reformas. E uma dica: não vai custar nada em termos de aluguel. Como Nahim tem mais cacife com o (des) governador Sérgio Cabral do que os três últimos presidentes da FENORTE é quase certo que consiga a cessão desse imóvel em tempo recorde.  E com essa certeza, Nelson Nahim ainda conseguiria um bom número de amigos na UENF. Olha, melhor do que isso seria só conseguir orçamento para tocar um mísero projeto ainda em 2013!

Por último só uma pessoa que tem algo realmente a perder com a presença de Nelson Nahim na presidência da FENORTE, ele próprio. Afinal, se ele não mostrar nenhum trabalho, começando por reorganizar a fundação, o seu irmão Anthony Garotinho certamente saberá aproveitar a oportunidade para castigá-lo de maneira exemplar pela afronta que está cometendo neste momento. Assim, se conselho vale de alguma coisa aqui vai: Sr. Nelson Nahim, arregace as mangas e comece a trabalhar, pois trabalho na FENORTE não falta. Ou é isso ou é preparar a sua cova política de uma vez por todas e de maneira definitiva.