sábado, 9 de julho de 2011

PARAÍSO? ESSA FACULDADE DEVERIA SE CHAMAR INFERNO



A Faculdade Paraíso é considerada uma instituição nota Zero pelo MEC em função do desempenho de seus alunos nas avaliações anuais que são realizadas nacionalmente. Agora, apareceu um verdadeiro escândalo que foi a descoberta de que a instituição apresentava dois profissionais como pós-graduados em seu corpo docente, mas que, na verdade, haviam falsificado a documentação.

A descoberta dessa fraude só foi possível pela corajosa ação de docentes da própria instituição. Mas o que faz agora a direção da Faculdade Paraíso? Segundo reportagem que segue abaixo, demitiu os denunciantes por, pasmemos todos, "marketing negativo".  

A leitura desta reportagem, além de mostrar que esse paraíso está mais para inferno, revela não apenas a dificuldade que os denunciantes encontraram para serem ouvidos, mas também algo muito pior que é a proliferação de diplomas falsos que são utilizados para uma concorrência desleal e criminosa de pessoas que buscam tirar vantagem do grande mercadora que virou o oferecimento de programas de pós-graduação no Brasil.

Um dos grandes responsáveis por essa verdadeira orgia de diplomas foi o ex-ministro Paulo Renato que acaba de falecer e que foi saudado pela presidente Dilma por ter prestados relevantes serviços ao Brasil. Relevantes serviços só se for para os tubarões do ensino privado!


Professor que denunciou fraudadores é demitido da Faculdade Paraíso

'Eles fizeram marketing negativo', diz coordenadora, sobre grupo que fez denúncias



Um professor que denunciou a fraude no currículo de dois colegas do curso de Direito da Faculdade Paraíso, em São Gonçalo (RJ), foi demitido na quinta-feira, 7, pela instituição. Outro docente do Direito e uma professora do curso de Letras, que o apoiavam, também foram afastados.

O docente não quis se identificar à reportagem. Contou que passou por uma via-crúcis para conseguir denunciar a irregularidade do currículo dos colegas Francis Wagner de Queiroz Ribeiro e Tathiana Lisboa  Ribeiro. Procurou nessa ordem: a própria faculdade, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), o Ministério Público Federal e a Ordem dos Advogados do Rio de Janeiro.
Francis era coordenador do curso de Direito, e Tathiana , professora. Após as denúncias, os dois foram excluídos do banco de avaliadores da qualidade de cursos de Direito do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão vinculado ao MEC, bem como as avaliações feitas por Francis foram canceladas - incluindo a do curso de Direito da PUC-SP.
Celia Regina Rodrigues da Costa, coordenadora da Faculdade Paraíso, explica por que decidiu demitir três professores. "Eles quiseram fazer marketing negativo da instituição. Um deles até falou pelo Facebook para os alunos saírem de lá."
O denunciante nega que tenha feito campanha negativa, mas sentiu que a instituição não resolveria a questão. "A universidade disse que iria apurar, mas não senti firmeza", contou. Segundo Celia, as providências foram rapidamente tomadas.
"Foi um negócio que desmoronou. A sorte é que eram pessoas que ministravam aulas muito bem e eram graduados. Não afetou o ensino. Ele era coordenador daqui e tinha sido chamado para ser coordenador da Estácio", diz Celia, que achou a atitude do grupo liderado pelo professor anônimo inadequada. "Se a faculdade não tivesse tomado providência nenhuma, os professores teriam que tomar atitude. E temos autonomia de reestruturar corpo docente. Começamos a selecionar novos docentes."
Denúncia anônima. Tudo começou, afirma o professor anônimo, quando um e-mail (também anônimo) começou a circular afirmando que os dois professores estavam com currículos falsos. Não seriam mestres pela Universidade Cândido Mendes, nem doutores (no caso de Francis) pela Federal de Pernambuco.
A universidade, num primeiro momento, não fez nada. "Não dá para levar a sério e-mail apócrifo", diz Célia. "E eram dois professores nossos, avaliadores do Inep que tinham padrão de excelência." Inicialmente, a dupla negou para a coordenadora ter falsificado os currículos. Ela conta que os documentos até sumiram do departamento. "Não sei se eles tiraram de lá."
O Inep foi procurado, entre os dias 16 de junho e 1º de julho, pelo professor anônimo por diversas vezes, por meio do e-mail de denúncia falabrasil@mec.gov.br . Segundo o professor, o órgão se manifestou de modo protocolar, nas primeiras vezes, e só tomou providências mais tarde - e porque ficou sabendo que haveria uma reportagem de "O Globo" sobre o assunto. O Inep contesta e prova que tomou as providências com agilidade, afastando a dupla do banco de avaliadores, após constatar a fraude.
O Ministério Público Federal abriu inquérito e investiga o caso. O Inep afirma que, para fazer parte de seu banco de avaliadores, confere o currículo Lattes e documentos chancelados pelas universidades. Os professores apresentaram os dois documentos.
Além disso, os professores avaliadores passam por uma formação e assinam código de conduta ética. Celia, da Faculdade Paraíso, diz ter sido procurada por um porta-voz de um deputado, que pretende organizar uma iniciativa para coibir fraudes em documentação entregue por professores universitários.