sábado, 2 de julho de 2011

BNDES: TUDO MENOS O SOCIAL


Desde sua fundação, o BNDES foi pensado como uma agência de fomento que deveria impulsionar o desenvolvimento da economia nacional a partir de investimentos na industrialização do Brasil. Mas, ao longo do tempo, o BNDES abandonou sua agenda desenvolvimentista e rasgou seus compromissos sociais. Tudo bem que com seguidos governos neoliberais como os de Collor, Itamar Franco e FHC, a sociedade brasileira não poderia esperar mais.

Mas quem pensava que a chegada do PT ao poder modificaria esta situação e que teríamos de volta um BNDES comprometido com o social que ainda carrega em sua sigla, se enganou redondamente. A guinada pró-grande capital foi intensificando, especialmente após a defenestração de Carlos Lessa da presidência do BNDES. Aparentemente o ex-comunista era nacionalista demais para o gosto pró-mercado do Lulismo.  E ai o que se viu foi o crescente investimento de recursos públicos na expansão de corporações privadas, tudo sob o argumento de intensificar a capacidade do Brasil de participar da economia globalizada. 

Graças a isto o BNDES investiu pesadamente em empresas como Aracruz, JBS-FRIBOI, Vale, e só o Grupo EBX do bilionário Eike Batista poderá abocanhar em torno de R$ 3.2 bilhões para a construção de seu estaleiro no complexo do Açu http://www1.folha.uol.com.br/mercado/937924-eike-negocia-investimento-de-r-32-bi-com-o-bndes.shtml.  Graças a isto, bilhões de reais foram injetado nestas empresas, o que acabou gerando uma concentração de capitais em vários setores da economia brasileira, sem que se tivesse o retorno social prometido.

Agora, para completar, o BNDES é o principal fiador da fusão do Pão de Açúcar com o braço brasileiro da rede varejista Carrefour e planeja investir a "bagatela" de R$ 3.9 bilhões numa empreitada cujo principal ganhador deverá ser o grupo francês Casino, que vem a ser o principal concorrente do Carrefour. E apesar do Casino estar reclamando de que não foi consultado sobre a operação, o grupo deverá ser o principal beneficiário já que acaba de comprar em torno de R$ 1 bilhão em ações do Pão de Açúcar, o que reforçou seu controle acionário do grupo brasileiro.  Com isto, o BNDES estará criando um monstrengo cujo controle será francês! O pior é que enquanto isto, o investimento em áreas estratégicas da economia nacional fica a ver navios. Esse é o que o governo da presidenta (sic!) Dilma tem para nos oferecer!