Por mais que persista a tentação de vincular a instituição com a figura dos seus (atuais) gestores, que no fim das contas, representam um ciclo de poder instalado a partir da administração anterior, há sim, motivos para se comemorar os 20 anos da UENF, embora o momento exija extremo cuidado!
É verdade, a UENF resistirá, mesmo ferida e machucada, apesar de seus déspotas!
Mas se, por outro lado, a atual reitoria e suas contradições são a expressão do ethos político da UENF, é preciso dizer que as coisas não andam bem da Universidade criada e imaginada pela genialidade de Darcy e a coragem política do velho Leonel.
É difícil acreditar que a superlativa capacidade acadêmica desta jovem Universidade não corresponda a mesma qualidade em enfrentar os ataques a sua autonomia que vem sofrendo, que ameaçam a transformar aquela entidade de ensino em um balcão de diplomas.
Talvez, dentro da lógica mitológica que conferimos ao saber universitário, alimentemos a noção de que doutores e seus alunos seriam capazes de reagir aos estímulos externos e agressões de forma equilibrada e mais próxima possível do bom senso.
Qual nada!
A UENF, confrontada com os desafios impostos pela lógica (neo)liberal e decadente, respondeu com a mesma subserviência e falta de originalidade.
O que assistimos hoje, olhando aqui de fora, é um embate fratricida, um desmonte sistemático, a fratura implacável da espinha dorsal de uma instituição que nasceu sob o signo da ousadia.
Porém, nenhum processo é irreversível, e sempre haverá alguma janela de claridade e desafiar os compartimentos escuros da idiotice acadêmica e política que hoje assolam a UENF!