segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Brasil 247- Rio em transe: cai o comandante da PM

Derrocada do governo Cabral atinge em cheio a "vitrine" da sua gestão, que era a Segurança Pública; nesta segunda, o chefe da PM, coronel Edir Ribeiro Costa Filho, caiu em decorrência de uma crise de relação entre ele e o secretário da Segurança José Mariano Beltrame, que não concordou com a anistia dada a policiais por Edir; secretário Beltrame também está pressionado pelo sumiço do pedreiro Amarildo e pelas ameaças de morte contra José Júnior, do Afroreggae


Rio 247 – A crise política e administrativa do governo Sérgio Cabral (PMDB) se agrava diariamente com um novo capítulo: o comandante-geral da Polícia Militar do Rio, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, foi exonerado do cargo, na tarde desta segunda-feira (5), pelo secretário de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame. O secretário ainda avalia o nome do novo comando da corporação.

"Mudanças fazem parte do processo de gestão e devem ser vistas com naturalidade", disse Beltrame, em nota. Ele destacou o empenho do coronel Costa Filho no período de 1 ano e 10 meses à frente da Polícia. "Quero ressaltar o trabalho e a integridade do comandante Costa Filho, além de seu amor à corporação que comandou", afirmou o secretário. 

Mais cedo, Erir Ribeiro da Costa Filho havia dito que não havia crise entre ele e Beltrame. No domingo, Beltrame afirmou que não gostou da medida de Erir em anistiar as punições administrativas na Polícia Militar, ameaçando revogar a decisão dele. O coronel explicou ao jornal O Globo que se tratava de um ato administrativo, publicado no boletim interno da corporação no dia 1º de agosto, no qual faltas disciplinares ocorridas de 4 de outubro de 2011 até o momento — como policiais com calçados sujos que são punidos com detenção — seriam relevadas.
A justificativa para tal medida, segundo o comandante-geral, foi a falta de efetivo para atuar no policiamento durante a Copa das Confederações, a Jornada Mundial da Juventude e as manifestações ocorridas nos últimos dois meses. A pressão sobre o comando da PM e sobre a cúpula da SSP só cresce diante de fatos recentes que colocam em xeque a principal bandeira do Governo, que é a redução dos índices de violência e de crimes, bem como a pacificação das favelas. O sumiço do pedreiro Amarildo de Souza e os ataques aos prédios do Afroreggae, além das ameaças ao coordenador do projeto, José Júnior, ainda não tiveram soluções.