sábado, 16 de junho de 2012

MINISTRA DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL FAST FOOD ATACA "AMBIENTALISTAS DE ESCRITÓRIO". E ELA É O QUÊ?

Abaixo vai matéria publicada pelo Jornal Folha de São Paulo versando sobre ataques feitos pelo ministra (quem é ela mesmo?) do Meio Ambiente a quem ela considera "ambientalistas de escritório" por estarem criticando o retrocesso ambiental que está se aprofundando no governo Dilma Rousseff.

Interessante essa crítica da indicada do ex-ambientalista Carlos Minc para continuar a linha de produção tipo "Fast Food" que foi instalada no Ministério do Meio Ambiente para garantir que todo tipo de empreendimento poluidor e destruidor de ricos ecossistemas e populações tradicionais seja rapidamente autorizado.

Como o forte nesse governo não é auto-crítica, o ataque de Izabella Teixeira a "ambientalistas de escritório" só pode ser um problema de amnésia. Que no caso dela, convenhamos, é bem conveniente.


Ministra critica "ambientalistas de escritório" e diz que aprendeu com Lula


VENCESLAU BORLINA FILHO
DO RIO

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, deu novas demonstrações de reação às críticas sobre as ações ambientais do governo. Durante debate de abertura da Arena Socioambiental no Aterro do Flamengo neste sábado, a ministra fez um discurso inflamado com o microfone em punho, criticou os "ambientalistas de escritório" e disse que aprendeu a discursar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Izabella afirmou que está cansada de ouvir críticas que não consideram o desenvolvimento sustentável aliado com a erradicação da pobreza e melhoria de vida da população, e disse que está na hora de agir dentro das diversidades, e nunca retroceder. "Não basta só ficar fazendo discurso, fazendo política de 'achismo ambiental' de curto prazo dentro do escritório com ar condicionado. Vai perguntar da onde vem a energia", disse.

Uma das maiores críticas às políticas ambientais atuais é a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (sem partido). No começo da semana, Marina afirmou à Folha que o governo da presidente Dilma Rousseff cometeu retrocessos na área ambiental. Nesta sexta-feira, Izabella reagiu e disse que Marina pode fazer as críticas. "Ela pode fazer as críticas. Eu não faço críticas; eu trabalho", respondeu.

Já neste sábado, Izabella reafirmou que tem que trabalhar, mas quando foi questionada sobre quem afirmava, disse que só estava "mais incisiva". "Eu não estou brava nada, só estou mais incisiva. Estou incisiva, não tem nada de bravura. Isso [discussão] é legal", disse. Antes, porém, a ministra afirmou que antes de assumir, tinham apenas mil concessões de título de regularização de terra para pequenas propriedades rurais. "Agora são mais de 11 mil", disse.

"Assim você faz a diferença, assim você faz política ambiental. Nós não somos um país que olha para trás para se envergonhar. Nós olhamos para trás para nos orgulhar e para reconhecer que nós temos que fazer muito mais pela frente", disse Izabella, ao microfone. "Não tem sentido desmatar ilegalmente neste país, mas não tem sentido tirar o produtor rural que está lá nas suas terras há 50, 70 anos, como foi muitas vezes feito", completou.

Em seguida, a ministra olhou para alguns deputados que estavam na plateia da arena e disse que são eles os responsáveis por fazer um Código Florestal mais justo. "É uma missão de vocês, deputados do PT, de fazer um Código Florestal mais justo. É do Congresso Nacional essa tarefa e também do povo, que deve exigir. É fácil escrever artigo de jornal e dentro do Congresso não convencer ninguém", disse.

Nesta semana, Marina Silva escreveu um artigo na Folha de S.Paulo e criticou os vetos da presidente Dilma sobre o Código Florestal. "Acredito que o governo está no caminho certo de incluir pessoas e preservar o meio ambiente. Não é só o Chico Mendes, um companheiro, um herói, que colocou na pauta, na agenda, o desenvolvimento sustentável e o ambiente amazônico. Deixou aqui meu reconhecimento público aqui à Maria do Espírito Santo, que morreu no ano passado com o seu marido, o Zé Cláudio, defendendo os assentamentos", disse Izabella.