quarta-feira, 27 de junho de 2012

A DERROCADA DAS AÇÕES DA OGX EXPÕE A ATUALIDADE DA QUESTÃO "E AI EIKE, VAI ENTREGAR"?


O dia hoje deve estar sendo triste para o melhor amigo bilionário do (des) governador Sérgio Cabral, o Sr. Eike Batista. é que hoje a realidade bateu às portas do império do ex-marido de Luma de Oliveira. É que a empresa OGX teve que reconhecer, surpresa das supresas, que as estimativas feitas para os poços de petróleo para os quais a empresa tem concessão foram SUPERESTIMADAS.  Em razão disto, as ações da OGX tiveram uma queda abissal de 30% apenas num dia de pregão. Isto provocou uma corrida de venda das ações dos papéis da OGX, levando para baixo todo o índice da Bolsa de Valores de São Paulo.

Bom, agora fica aqui mais uma vez aquela pergunta incomoda: e ai Eike, vai entregar? A questão é que se Eike Batista continuar não dando a resposta que o mercado exige, periga ver não apenas a OGX mas como todo o seu império de empresas de papel irem para o inferno das empresas falidas. Aliás, é isto exatamente que a matéria do Jornal O GLOBO que segue abaixo mostra claremente.

De quebra, essa situação mostra quão equivocada é a aposta cega que se faz num grupo econômico que vive, nas palavras de um crítico de Eike Batista, mais das apresentações de Powerpoint do "Salesman do Brasil" do que produção efetiva de bens.


OGX, de Eike, decepciona e tomba quase 30% no dia; dólar sobe


Petrolífera informou nova capacidade de produção em Campos (RJ) e frustrou o mercado




RIO — Investidores se decepcionaram com a nova capacidade de produção dos poços de petróleo da OGX, petrolífera do bilionário Eike Batista. A empresa vai extrair bem menos óleo do que o anunciado anteriormente. Isso disparou as vendas das ações ordinárias (ON, com direito a voto) da companhia nesta quarta-feira. O papel tem o quinto maior peso (3,80%) no Ibovespa — principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Por isso, o tombo da OGX era o principal motivo de queda do Ibovespa, que recuava 0,53%, aos 53.548 pontos, por volta de 13h03m. A petrolífera é enxergada por alguns analistas como o projeto com maior potencial de lucros de Eike. Ações da mineradora MMX e da empresa de logística LLX, que também pertencem ao bilionário, sofrem forte queda e contribuem para puxar o Ibovespa para baixo. No mercado de câmbio, o dólar comercial subia 0,43%, a 2,081 para venda.

— As empresas do Eike são projetos ainda. Então, se uma cai, traz desconfiança. Com tanta volatilidade no mercado, a queda da OGX está contaminando toda a nossa bolsa — diz Pedro Galdi, analista-chefe da SLW corretora.

MMX ON recuava 5,86%, a R$ 6,10, enquanto LLX ON tombava 7,88%, a R$ 2,22. OGX ON chegou a derreter quase 30%, já que tombou 29,39%, a R$ 5,91, na mínima do dia. Por volta de 13h, o papel caía 27,00%, a R$ 6,11. O motivo de tanta frustração dos investidores foi a divulgação de um comunicado por volta de 9h desta quarta-feira, antes da abertura do mercado. No documento oficial, a companhia informou que, após testes por cinco meses no campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, foi constatado que idealmente os dois poços em produção na área devem extrair 5 mil barris de óleo equivalente por dia. A estimativa anterior era produzir 10 a 13 mil barris por dia em cada um. Portanto, a realidade mostrou uma capacidade produtiva bem menor do que a esperada pelo mercado.

— Foi uma reversão de expectativas. Para poços que estão começando a produção, é um resultado fraco. Se começa a diminuir a produção prevista em todos os campos, atrasa a geração de caixa para a empresa como um todo — duz Luiz Otávio Broad, analista da Ágora corretora.

A ação preferencial da Petrobras (PN, sem direito a voto) caía 0,44%, a R$ 17,92, enquanto Petrobras ON recuava 0,37%, a R$ 18,48. Vale PN caía 0,12%, a R$ 38,88, apesar de a mineradora ter informado que obteve licença prévia (LP) ambiental para produzir minério de ferro em Carajás, no Pará, em uma mina com capacidade estimada de 90 milhões de toneladas métricas anuais e início de operação previsto para o segundo semestre de 2016.

Em relatório a clientes, o Bank of America Merrill Lynch reduziu a recomendação para as ações da OGX, de “neutra” para “underperform” (expectativa de retorno abaixo da média do mercado). Isso significa na prática que o banco americano passou a recomendar a venda do papel. O preço-alvo, que projeta quanto a ação pode estar cotada no fim do ano, caiu de R$ 19,50 para R$ 7,30.

“Embora ainda seja um bom nível, ficou abaixo dos patamares mais baixos que haviam sido projetados pela administração. Nós vemos o fato como um grande desapontamento, que provavelmente terá um efeito de longo prazo na valorização da OGX”, diz o relatório do Bank of America Merrill Lynch.



Cena externa

Com a queda das ações de OGX, LLX e MMX, a bolsa brasileira tem um desempenho descolado do exterior. Em Wall Street, Dow Jones sobe 0,76%, enquanto S&P 500 avança 0,88% e Nasdaq ganha 0,93%.

Na Europa, as bolsas fecharam em alta. O FTSE 100, de Londres, subiu 1,41%. O CAC 40, de Paris, avançou 1,67%. O DAX, de Frankfurt, teve alta de 1,50%. O IBEX 35, de Madri, subiu 2,12%. Em Milão, o FTSE MIB registrou alta de 2,58%.

Bolsas asiáticas sobem

O índice Nikkei, de Tóquio, subiu 0,77%. A bolsa de Cingapura subiu 1,28%, a 2.841 pontos; Taiwan também teve alta, de 0,63%, e Hong Kong teve ganhos de 1,03%. O índice referencial de Xangai recuou 0,23% e Sydney subiu 0,74%.