Às vésperas da maior instância de debate sobre meio ambiente no mundo (Rio+20), o documentário sobre a mais controversa hidrelétrica faz seu lançamento mundial na internet.
Belo Monte é a maior e mais polêmica obra dos últimos tempos no Brasil. Sua construção, rodeada de informações contraditórias, gerou reações diversas na sociedade brasileira e na comunidade internacional, tornando-se um grande tema de discussão.
Em novembro de 2011, no auge do debate nas redes sociais, Belo Monte, Anúncio de Uma Guerra lançou uma campanha de financiamento coletivo na internet para angariar recursos para a finalização do filme. O projeto já contava com mais de 120 horas de imagens capturadas durante dois anos, revelando a opinião de diversos entrevistados a respeito da construção da usina. Estas imagens foram feitas em Altamira, Brasília, São Paulo e durante três expedições ao Xingu. Porém, ainda faltava editar e finalizar o filme.
Na plataforma de arrecadação da internet (Catarse) foram pedidos R$114.000,00 a serem arrecadados em 30 dias. Esse montante foi alcançado em 10 dias, sendo que o total alcançado no fim da campanha foi de R$140.010,00, doados por 3.429 apoiadores de todo Brasil.
A estratégia de utilizar esse mecanismo surgiu por duas razões: não recorrer a dinheiro de empresas ou do governo para manter a autonomia do filme e engajar pessoas a partir de uma campanha que as aproximasse do tema. Buscava-se por um novo cinema na era das mídias sociais e, com essas características, o filme poderia cumprir sua função de alertar o máximo de pessoas sobre os reais impactos e interesses por trás da construção de Belo Monte.
Os objetivos inovadores da campanha foram alcançados, apontando para uma nova forma de financiar filme no Brasil. Isto porque, de um lado ficou clara a legitimação que o filme ganhou por ter sido financiado por aqueles que desejavam assisti-lo - pessoas sedentas por informação limpa e que questionavam a construção de Belo Monte. De outro lado, observou-se um engajamento notável de mais de 3 mil brasileiros (e até alguns estrangeiros), que apoiaram o projeto tão intensamente, que suas contribuições foram além da mera doação de dinheiro. Muitos apoiadores contribuíram decisivamente para a divulgação e produção do filme - a campanha aproximou cineastas, artistas, músicos e diversos outros profissionais que colaboraram efetivamente na concretização do projeto ao longo dos últimos meses.
Belo Monte, Anúncio de Uma Guerra poderia ficar muito mais meses na ilha de edição e finalização, mas a equipe acelerou o processo para conseguir lançá-lo no momento mais propício que poderia existir para isso: a Rio+20. Em junho de 2012, chefes de Estado de todo o mundo se reúnem na Rio+20 para debater o panorama ambiental e pactuar em ações que reduzam o impacto das atividades humanas na Terra. A sociedade civil promete estar em peso na conferência para pressionar os governantes a agir em prol do meio ambiente e Belo Monte, Anúncio de Uma Guerra é fruto dessa mesma vontade.
O documentário terá lançamento mundial no dia 17 de junho, às 19hs, simultaneamente no Auditório Ibirapuera e na internet. Nesse momento começará uma campanha nas redes sociais para que o filme tenha o maior alcance possível no Brasil e no mundo.
BELO MONTE, ANÚNCIO DE UMA GUERRA
Site oficial: http://www.belomonteofilme.org/
Campanha de financiamento coletivo: http://catarse.me/pt/projects/459-belo-monte-anuncio-de-uma-guerra
Facebook: http://www.facebook.com/BeloMonteOFilme
Twitter: @belomonteofilme
Equipe do Filme:
Direção: André D'Elia
Produção Executiva: André D'Elia e Bia Vilela
Direção de Fotografia: Rodrigo Levy Piza e Federico Dueñas
Direção de Som: Teo Villa e Diego Depane
Fotografia Still: André D'Elia, André Souza, Federico Dueñas, Rodrigo Levy Piza, Mauro Moreira, Cacá Meirelles e Thiago Mundano
Desenho de som: Thacio Palanca
Motion Grafics: Vital Pasquale
Montagem: Mauro Moreira
Trilha sonora: Beto Villares, Fabio Barros
Assistência de montagem: André Souza
Assistência de câmera: André Souza
Comunicação e Marketing: Caio Tendolini, Digo Castello Branco, Daniel Joppert, Thiago Mundano
Grafite: Thiago Mundano
Pôster: Marcos Rodrigues
Consultor de conteúdo: Céu D'Ellia
Site: William Fachineti
Empresa produtora: Cinedelia
Co-produção: Duca Filmes e Cinepro/Dot
Sinopse
“BELO MONTE, ANÚNCIO DE UMA GUERRA”
Documentário sobre a maior obra de engenharia do país da atualidade, na qual depoimentos a favor e contra Belo Monte apontam para um desastre do ponto de vista ambiental, econômico e social.
Belo Monte é uma usina hidrelétrica que o governo pretende instalar no coração da Amazônia, na Volta Grande do rio Xingu na cidade de Altamira, Pará. O documentário “Belo Monte, Anúncio De Uma Guerra” é um projeto independente e coletivo a respeito desta obra, que foi filmado durante 3 expedições à região do rio Xingu. Trata-se de material riquíssimo sobre os bastidores da mais polêmica obra planejada no Brasil, com imagens de alto impacto e entrevistas com os principais envolvidos na obra, incluindo lideranças indígenas (como o Cacique Raoni e Megaron), o Procurador da República (Dr. Felício Pontes), o Presidente da FUNAI (Márcio Meira) e políticos locais a favor da construção da Usina.
Vídeos complementares:
http://www.belomonteofilme.org/portal/br/videos
A Campanha
Depois de dois anos fazendo filmagens nos arredores do Rio Xingu e onde mais a questão de Belo Monte é latente, era necessário editar e finalizar o documentário (pós-produção). No Brasil, a fase de pós- produção geralmente é a mais cara de um filme e, em se tratando de uma iniciativa independente, foi necessário apostar na criatividade para conseguir recursos e concluir o filme.
Assim, optamos pelo crowdfunding (financiamento coletivo) para levantar recursos. Muito embora o orçamento real do filme superasse o valor de R$ 370 mil, fizemos uma campanha, através da plataforma do site Catarse, para arrecadar R$ 114 mil em 30 dias.
Por meio desta plataforma, os internautas podiam assistir ao nosso vídeo promocional, doar valores para a edição e finalização do filme e receber contrapartidas como: créditos no filme, acesso antecipado ao conteúdo do filme, fotografias do Diretor, pôsters e obras de arte.
A campanha foi ao ar em 21 de novembro de 2011 e, surpreendentemente, em 6 de dezembro já havíamos arrecadado os R$ 114 mil, através de 2.793 apoiadores. A esta altura, muito embora a campanha ainda não tivesse acabado (seguia até 21 de dezembro), já havíamos atingido a marca de maior caso de financiamento coletivo do Brasil, com o maior valor arrecadado e o maior número de apoiadores. Ao final da campanha, foram doados R$ 140 mil através de 3.429 apoiadores.
Ficamos muito comovidos com o sucesso da campanha, seja pelo número de apoiadores, seja por sua repercussão na mídia. Este resultado nos dá a pista do futuro do cinema independente que, com o apoio popular, poderá tratar de assuntos delicados e polêmicos sem estar vinculado a qualquer interesse político.
Entenda
Belo Monte é um projeto de aproveitamento hidrelétrico em terras indígenas. O projeto contempla um complexo de pelo menos 4 barragens, 2 casas de força, 27 diques, 3 canais de enchimento, 7 canais de transposição e 1 gigantesco canal de derivação que pretende desviar o rio Xingu para reservatórios que alagariam cerca de 516 km² da Floresta Amazônica e propriedades particulares onde o cultivo predominante é o cacau.
Nenhuma terra indígena seria alagada. Entretanto, Belo Monte transformaria os 100 km da Volta Grande do Xingu em um trecho de vazão reduzida e isolado, uma vez que os paredões de concreto da barragem barrariam as aldeias da cidade de Altamira. Com isso, os indígenas não mais poderiam ir de canoa até Altamira, uma pratica frequente e necessária para que recebam tratamentos médicos.
Além disso, a construção da barragem é uma ameaça aos peixes de peixes da Volta Grande do rio Xingu. Nove espécies de peixes raros correm o risco de extinção: Aequidens michaeli, Anostomoides passionis, Astyanax dnophos, Ossubtus xinguense, Parancistrus nudiventris, Pituna xinguensis, Plesiolebias Altamira,Simpsonichthys reticulatus e Teleocichla centisquama.
Como se não bastasse essa tragédia, o peixe representa 90% da proteína ingerida pelo povo local e é este dado que relaciona Belo Monte a um potencial genocídio. Isto porque, especialistas e caciques tradicionais prevêem que, ao se reduzir a vazão do rio na Volta Grande, os peixes morrerão, pois o rio é pedregoso e tem a sua temperatura elevada em muitos graus quando seu nível está baixo. Por esse motivo, também a Associação de Pescadores de Altamira é contra o empreendimento. A falta de peixes terá grande impacto na economia local e poderá gerar situações de fome. Atualmente, o empreendedor e o governos federal ignoram por completo essa possibilidade.
O aumento populacional nas cidades de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Vitória do Xingu, Senador José Porfírio a Uruará representa um dos mais problemáticos impactos socioambientais do empreendimento, uma vez que o empreendedor não cumpriu as condicionantes básicas que preparariam tais municípios para receber a onda migratória. Hoje já é possível constatar os impactos sofridos por estas cidades em decorrência da já iniciada migração ocasionada por Belo Monte, tais como: aumento no índice de violência, prostituição, alcoolismo e tráfico de drogas. Se formado o lago de Belo Monte, tais municípios também sofrerão com aumento de doenças de veiculação hídrica e por insetos, tais como dengue e malária.
“Com Belo Monte Altamira poderá se tornar uma península doente rodeada por um lago podre sem peixes. (...) Pessoas famintas, sem moradia, violentas e prostituídas... É um destino triste para a população local”.
Don Erwin Klauter – bispo da prelazia do Xingu.
Apesar de seu alto custo e grandiosa dimensão, Belo Monte é considerada um projeto de engenharia ruim e extremamente ineficiente. Embora possua um potencial de 11.182 Megawatts, Belo Monte não produzirá mais do que 4.000 Megawatts devido à sazonalidade do rio Xingu. Além disso, as linhas de transmissão da energia gerada na usina nunca foram orçadas e seu custo, assim como seu traçado, ainda são uma incógnita para os brasileiros. Especialistas prevêem que poderá custar o mesmo valor da obra, ou seja, cerca de R$ 30 bilhões.
Impactos socioambientais foram subdimensionados pelo empreendedor, de modo que, ao contrário do que os defensores da usina divulgam, a energia gerada por Belo Monte é, na realidade, caríssima. Este alto preço se dá, igualmente, por força da alta importância do rio Xingu como fonte de água, alimentos e, principalmente, devido à preciosidade dos povos ancestrais que dele dependem para sobreviver.
Então por que construir Belo Monte?
Saiba quais são os verdadeiros motivos da construção desta usina assistindo ao filme nos cinemas e na internet.
Quem Somos
Nossa equipe é formada por jovens que acreditam na mudança. Somos cineastas, economistas, advogados e comunicadores que repudiam atitudes conformistas e propõem o debate sobre o modelo de desenvolvimento que o Brasil e o mundo vem adotando.
Acreditamos na importância da comunicação transparente e efetiva, que possibilita e favorece o diálogo em escala global, assim como no potencial das produções independentes nesta comunicação.
Ao longo de dois anos, pudemos contar com o apoio de:
Instituto Raoni;
Instituto Sócio Ambiental;
Movimento Xingu Vivo Para Sempre;
Fórum da Amazônia Oriental;
Movimento Tapajós Vivo;
Movimento Gota D’Água;
Floresta Protegida;
Brasil pelas Florestas;
Ministério Público Federal do Pará;
Ministério da Justiça;
FUNAI - Fundação Nacional do Índio
IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional;
Prefeitura de Altamira;
UFPA – Universidade Federal do Pará;
Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo;
Associação dos Pescadores de Altamira;
CIMI – Conselho Indianista Missionário;
ATIX – Associação da Terra Indígena do Xingu ;
IPEAX – Instituto de Pesquisa Etno-Ambiental do Xingu;
AIMCI – Associação Indígena Moygu;
AIM - Associção Mavutsinin;
CITA - Conselho Indígena Tapajós Arapiuns;
ONG Saúde e Alegria;
FORT Xingú – Fórum Regional de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental da
Transamazônica e Xingu;
Amazon Watch;
International Rivers;
The Rainforest Foundation Japan
Planet Amazon;
Catarse;
AHH!;
Ao Redor;
Coletivo Estufa;
Toque no Brasil;
Casa Verdí ;
Fora do Eixo; e 3.429 internautas apoiadores.
Ficha técnica:
Direção: André D’Elia
Produção Executiva: André D’Elia e Bia Vilela
Direção de Produção: André D’Elia, Bia Vilela e Mauro Moreira
Direção de Fotografia: Rodrigo Levy Piza e Federico Duenas
Direção de Som: Teo Villa e Diego Depane
Fotografia Still: André D’Elia, Rodrigo Levy Piza, Federico Duenas, André Souza, Mauro Moreira,
Laura Del Rei e Thiago Mundano
Montagem: Mauro Moreira
Trilha sonora: Beto Villares
Assistência de montagem: André Souza
Assistência de câmera: André Souza
Comunicação e Marketing: Caio Tendolini, Digo Castello Branco, Daniel Joppert, Thiago
Mundano
Grafite: Thiago Mundano
Pôster: Marcos Rodrigues
Consultor de conteúdo: Céu D’Ellia
Site: William Fachineti
Empresa produtora: Cinedelia
Co-produção: Duca Filmes e Cinepro
Belo Monte é a maior e mais polêmica obra dos últimos tempos no Brasil. Sua construção, rodeada de informações contraditórias, gerou reações diversas na sociedade brasileira e na comunidade internacional, tornando-se um grande tema de discussão.
Em novembro de 2011, no auge do debate nas redes sociais, Belo Monte, Anúncio de Uma Guerra lançou uma campanha de financiamento coletivo na internet para angariar recursos para a finalização do filme. O projeto já contava com mais de 120 horas de imagens capturadas durante dois anos, revelando a opinião de diversos entrevistados a respeito da construção da usina. Estas imagens foram feitas em Altamira, Brasília, São Paulo e durante três expedições ao Xingu. Porém, ainda faltava editar e finalizar o filme.
Na plataforma de arrecadação da internet (Catarse) foram pedidos R$114.000,00 a serem arrecadados em 30 dias. Esse montante foi alcançado em 10 dias, sendo que o total alcançado no fim da campanha foi de R$140.010,00, doados por 3.429 apoiadores de todo Brasil.
A estratégia de utilizar esse mecanismo surgiu por duas razões: não recorrer a dinheiro de empresas ou do governo para manter a autonomia do filme e engajar pessoas a partir de uma campanha que as aproximasse do tema. Buscava-se por um novo cinema na era das mídias sociais e, com essas características, o filme poderia cumprir sua função de alertar o máximo de pessoas sobre os reais impactos e interesses por trás da construção de Belo Monte.
Os objetivos inovadores da campanha foram alcançados, apontando para uma nova forma de financiar filme no Brasil. Isto porque, de um lado ficou clara a legitimação que o filme ganhou por ter sido financiado por aqueles que desejavam assisti-lo - pessoas sedentas por informação limpa e que questionavam a construção de Belo Monte. De outro lado, observou-se um engajamento notável de mais de 3 mil brasileiros (e até alguns estrangeiros), que apoiaram o projeto tão intensamente, que suas contribuições foram além da mera doação de dinheiro. Muitos apoiadores contribuíram decisivamente para a divulgação e produção do filme - a campanha aproximou cineastas, artistas, músicos e diversos outros profissionais que colaboraram efetivamente na concretização do projeto ao longo dos últimos meses.
Belo Monte, Anúncio de Uma Guerra poderia ficar muito mais meses na ilha de edição e finalização, mas a equipe acelerou o processo para conseguir lançá-lo no momento mais propício que poderia existir para isso: a Rio+20. Em junho de 2012, chefes de Estado de todo o mundo se reúnem na Rio+20 para debater o panorama ambiental e pactuar em ações que reduzam o impacto das atividades humanas na Terra. A sociedade civil promete estar em peso na conferência para pressionar os governantes a agir em prol do meio ambiente e Belo Monte, Anúncio de Uma Guerra é fruto dessa mesma vontade.
O documentário terá lançamento mundial no dia 17 de junho, às 19hs, simultaneamente no Auditório Ibirapuera e na internet. Nesse momento começará uma campanha nas redes sociais para que o filme tenha o maior alcance possível no Brasil e no mundo.
BELO MONTE, ANÚNCIO DE UMA GUERRA
Site oficial: http://www.belomonteofilme.org/
Campanha de financiamento coletivo: http://catarse.me/pt/projects/459-belo-monte-anuncio-de-uma-guerra
Facebook: http://www.facebook.com/BeloMonteOFilme
Twitter: @belomonteofilme
Equipe do Filme:
Direção: André D'Elia
Produção Executiva: André D'Elia e Bia Vilela
Direção de Fotografia: Rodrigo Levy Piza e Federico Dueñas
Direção de Som: Teo Villa e Diego Depane
Fotografia Still: André D'Elia, André Souza, Federico Dueñas, Rodrigo Levy Piza, Mauro Moreira, Cacá Meirelles e Thiago Mundano
Desenho de som: Thacio Palanca
Motion Grafics: Vital Pasquale
Montagem: Mauro Moreira
Trilha sonora: Beto Villares, Fabio Barros
Assistência de montagem: André Souza
Assistência de câmera: André Souza
Comunicação e Marketing: Caio Tendolini, Digo Castello Branco, Daniel Joppert, Thiago Mundano
Grafite: Thiago Mundano
Pôster: Marcos Rodrigues
Consultor de conteúdo: Céu D'Ellia
Site: William Fachineti
Empresa produtora: Cinedelia
Co-produção: Duca Filmes e Cinepro/Dot
Sinopse
“BELO MONTE, ANÚNCIO DE UMA GUERRA”
Documentário sobre a maior obra de engenharia do país da atualidade, na qual depoimentos a favor e contra Belo Monte apontam para um desastre do ponto de vista ambiental, econômico e social.
Belo Monte é uma usina hidrelétrica que o governo pretende instalar no coração da Amazônia, na Volta Grande do rio Xingu na cidade de Altamira, Pará. O documentário “Belo Monte, Anúncio De Uma Guerra” é um projeto independente e coletivo a respeito desta obra, que foi filmado durante 3 expedições à região do rio Xingu. Trata-se de material riquíssimo sobre os bastidores da mais polêmica obra planejada no Brasil, com imagens de alto impacto e entrevistas com os principais envolvidos na obra, incluindo lideranças indígenas (como o Cacique Raoni e Megaron), o Procurador da República (Dr. Felício Pontes), o Presidente da FUNAI (Márcio Meira) e políticos locais a favor da construção da Usina.
Vídeos complementares:
http://www.belomonteofilme.org/portal/br/videos
A Campanha
Depois de dois anos fazendo filmagens nos arredores do Rio Xingu e onde mais a questão de Belo Monte é latente, era necessário editar e finalizar o documentário (pós-produção). No Brasil, a fase de pós- produção geralmente é a mais cara de um filme e, em se tratando de uma iniciativa independente, foi necessário apostar na criatividade para conseguir recursos e concluir o filme.
Assim, optamos pelo crowdfunding (financiamento coletivo) para levantar recursos. Muito embora o orçamento real do filme superasse o valor de R$ 370 mil, fizemos uma campanha, através da plataforma do site Catarse, para arrecadar R$ 114 mil em 30 dias.
Por meio desta plataforma, os internautas podiam assistir ao nosso vídeo promocional, doar valores para a edição e finalização do filme e receber contrapartidas como: créditos no filme, acesso antecipado ao conteúdo do filme, fotografias do Diretor, pôsters e obras de arte.
A campanha foi ao ar em 21 de novembro de 2011 e, surpreendentemente, em 6 de dezembro já havíamos arrecadado os R$ 114 mil, através de 2.793 apoiadores. A esta altura, muito embora a campanha ainda não tivesse acabado (seguia até 21 de dezembro), já havíamos atingido a marca de maior caso de financiamento coletivo do Brasil, com o maior valor arrecadado e o maior número de apoiadores. Ao final da campanha, foram doados R$ 140 mil através de 3.429 apoiadores.
Ficamos muito comovidos com o sucesso da campanha, seja pelo número de apoiadores, seja por sua repercussão na mídia. Este resultado nos dá a pista do futuro do cinema independente que, com o apoio popular, poderá tratar de assuntos delicados e polêmicos sem estar vinculado a qualquer interesse político.
Entenda
Belo Monte é um projeto de aproveitamento hidrelétrico em terras indígenas. O projeto contempla um complexo de pelo menos 4 barragens, 2 casas de força, 27 diques, 3 canais de enchimento, 7 canais de transposição e 1 gigantesco canal de derivação que pretende desviar o rio Xingu para reservatórios que alagariam cerca de 516 km² da Floresta Amazônica e propriedades particulares onde o cultivo predominante é o cacau.
Nenhuma terra indígena seria alagada. Entretanto, Belo Monte transformaria os 100 km da Volta Grande do Xingu em um trecho de vazão reduzida e isolado, uma vez que os paredões de concreto da barragem barrariam as aldeias da cidade de Altamira. Com isso, os indígenas não mais poderiam ir de canoa até Altamira, uma pratica frequente e necessária para que recebam tratamentos médicos.
Além disso, a construção da barragem é uma ameaça aos peixes de peixes da Volta Grande do rio Xingu. Nove espécies de peixes raros correm o risco de extinção: Aequidens michaeli, Anostomoides passionis, Astyanax dnophos, Ossubtus xinguense, Parancistrus nudiventris, Pituna xinguensis, Plesiolebias Altamira,Simpsonichthys reticulatus e Teleocichla centisquama.
Como se não bastasse essa tragédia, o peixe representa 90% da proteína ingerida pelo povo local e é este dado que relaciona Belo Monte a um potencial genocídio. Isto porque, especialistas e caciques tradicionais prevêem que, ao se reduzir a vazão do rio na Volta Grande, os peixes morrerão, pois o rio é pedregoso e tem a sua temperatura elevada em muitos graus quando seu nível está baixo. Por esse motivo, também a Associação de Pescadores de Altamira é contra o empreendimento. A falta de peixes terá grande impacto na economia local e poderá gerar situações de fome. Atualmente, o empreendedor e o governos federal ignoram por completo essa possibilidade.
O aumento populacional nas cidades de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Vitória do Xingu, Senador José Porfírio a Uruará representa um dos mais problemáticos impactos socioambientais do empreendimento, uma vez que o empreendedor não cumpriu as condicionantes básicas que preparariam tais municípios para receber a onda migratória. Hoje já é possível constatar os impactos sofridos por estas cidades em decorrência da já iniciada migração ocasionada por Belo Monte, tais como: aumento no índice de violência, prostituição, alcoolismo e tráfico de drogas. Se formado o lago de Belo Monte, tais municípios também sofrerão com aumento de doenças de veiculação hídrica e por insetos, tais como dengue e malária.
“Com Belo Monte Altamira poderá se tornar uma península doente rodeada por um lago podre sem peixes. (...) Pessoas famintas, sem moradia, violentas e prostituídas... É um destino triste para a população local”.
Don Erwin Klauter – bispo da prelazia do Xingu.
Apesar de seu alto custo e grandiosa dimensão, Belo Monte é considerada um projeto de engenharia ruim e extremamente ineficiente. Embora possua um potencial de 11.182 Megawatts, Belo Monte não produzirá mais do que 4.000 Megawatts devido à sazonalidade do rio Xingu. Além disso, as linhas de transmissão da energia gerada na usina nunca foram orçadas e seu custo, assim como seu traçado, ainda são uma incógnita para os brasileiros. Especialistas prevêem que poderá custar o mesmo valor da obra, ou seja, cerca de R$ 30 bilhões.
Impactos socioambientais foram subdimensionados pelo empreendedor, de modo que, ao contrário do que os defensores da usina divulgam, a energia gerada por Belo Monte é, na realidade, caríssima. Este alto preço se dá, igualmente, por força da alta importância do rio Xingu como fonte de água, alimentos e, principalmente, devido à preciosidade dos povos ancestrais que dele dependem para sobreviver.
Então por que construir Belo Monte?
Saiba quais são os verdadeiros motivos da construção desta usina assistindo ao filme nos cinemas e na internet.
Quem Somos
Nossa equipe é formada por jovens que acreditam na mudança. Somos cineastas, economistas, advogados e comunicadores que repudiam atitudes conformistas e propõem o debate sobre o modelo de desenvolvimento que o Brasil e o mundo vem adotando.
Acreditamos na importância da comunicação transparente e efetiva, que possibilita e favorece o diálogo em escala global, assim como no potencial das produções independentes nesta comunicação.
Ao longo de dois anos, pudemos contar com o apoio de:
Instituto Raoni;
Instituto Sócio Ambiental;
Movimento Xingu Vivo Para Sempre;
Fórum da Amazônia Oriental;
Movimento Tapajós Vivo;
Movimento Gota D’Água;
Floresta Protegida;
Brasil pelas Florestas;
Ministério Público Federal do Pará;
Ministério da Justiça;
FUNAI - Fundação Nacional do Índio
IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional;
Prefeitura de Altamira;
UFPA – Universidade Federal do Pará;
Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo;
Associação dos Pescadores de Altamira;
CIMI – Conselho Indianista Missionário;
ATIX – Associação da Terra Indígena do Xingu ;
IPEAX – Instituto de Pesquisa Etno-Ambiental do Xingu;
AIMCI – Associação Indígena Moygu;
AIM - Associção Mavutsinin;
CITA - Conselho Indígena Tapajós Arapiuns;
ONG Saúde e Alegria;
FORT Xingú – Fórum Regional de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental da
Transamazônica e Xingu;
Amazon Watch;
International Rivers;
The Rainforest Foundation Japan
Planet Amazon;
Catarse;
AHH!;
Ao Redor;
Coletivo Estufa;
Toque no Brasil;
Casa Verdí ;
Fora do Eixo; e 3.429 internautas apoiadores.
Ficha técnica:
Direção: André D’Elia
Produção Executiva: André D’Elia e Bia Vilela
Direção de Produção: André D’Elia, Bia Vilela e Mauro Moreira
Direção de Fotografia: Rodrigo Levy Piza e Federico Duenas
Direção de Som: Teo Villa e Diego Depane
Fotografia Still: André D’Elia, Rodrigo Levy Piza, Federico Duenas, André Souza, Mauro Moreira,
Laura Del Rei e Thiago Mundano
Montagem: Mauro Moreira
Trilha sonora: Beto Villares
Assistência de montagem: André Souza
Assistência de câmera: André Souza
Comunicação e Marketing: Caio Tendolini, Digo Castello Branco, Daniel Joppert, Thiago
Mundano
Grafite: Thiago Mundano
Pôster: Marcos Rodrigues
Consultor de conteúdo: Céu D’Ellia
Site: William Fachineti
Empresa produtora: Cinedelia
Co-produção: Duca Filmes e Cinepro