sábado, 6 de abril de 2013

Governo do Rio de Janeiro de Janeiro prepara grave ataque à UENF


Que o (des) governador Sérgio Cabral não gosta das universidades estaduais é tão claro quanto seu gosto pelas viagens a Paris. Os seus anos no Palácio Guanabara serão provavelmente estudados no futuro como anos de exceção acadêmica, administrativa e financeira. As três universidades hoje vivem literalmente na U.T.I., fruto de uma política de diminuição de recursos que vem levando ao sucateamento e à evasão de quadros técnicos e docentes.

No caso da Universidade Estadual do Norte Fluminense, além de todas as perversidades que estão sendo cometidas contra a UERJ e a UEZO, o alvo é claramente exterminar o inovador modelo institucional idealizado por Darcy Ribeiro. A UENF, por exemplo, foi a primeira universidade brasileira a contratar apenas professores detentores de títulos de doutor, em regime de Dedicação Exclusiva. Após a UENF, todas as outras universidades públicas se orientaram para esse modelo que hoje é o dominante. 

É o fato da UENF contratar apenas professores doutores em regime de Dedicação Exclusiva que explica os sucessos impressionantes que a instituição obteve em menos de 20 anos de existência. E aquilo não falo apenas dos inúmeros prêmios nacionais e a colocação nos índices de excelência do Ministério da Educação e Cultura.

Mas, agora, na calada da noite, o (des) governo de Sérgio Cabral quer impor uma grave regressão nesse modelo ao impor a quebra da pedra basilar do modelo da UENF que é a contratação de professores com doutorado em regime de D.E. A desculpa esfarrapada é evitar problemas com o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro quanto ao pagamento do regime de Dedicação Exclusiva que os professores da UENF cumprem, mas que por ele nada recebem.  

Assim, a Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão (SEPLAG), capitaneada pelo Sr. Sérgio Ruy Pereira, quer acabar com as duas coisas, ou seja, a UENF passaria a contratar professores fora do regime de Dedicação Exclusiva e, com certeza, profissionais que não detenham o título de doutorado, impondo o modelo precarizado de quadro docentes formados profissionais com apenas títulos de Mestre e mesmo só com título de graduação.

Qual é o objetivo disso? Do ponto de vista institucional é quebrar a espinha dorsal do modelo de Darcy Ribeiro, tornando a UENF em algo que a UERJ e a UEZO não querem mais ser.  Mas a manobra possibilitaria ainda a que o (des) governo do Rio de Janeiro possa expandir essa UENF precarizada por áreas onde os salários pagos não conseguiriam levar ninguém com título de doutor para trabalhar. Entretanto, o elemento mais grave é a destruição da capacidade de produção intelectual autônoma e crítica, aspectos que são fundamentais para o real avanço do conhecimento.

 Como esse (des) governo não possui compromisso algum com o avanço do conhecimento até se entende essa tentativa de desestruturação da UENF. 

Em face dessa proposta o sinal de alerta deve ser ligado e todos aqueles que entendem a importância da UENF e do modelo que proporciona a sua força denvem começar a denunciar esse ataque sem precedentes à autonomia universitária. Afnal de contas, não é possível permitir que no ano em que a instituição completa 20 anos seja aceito a decretação de sua sentença de morte!