segunda-feira, 22 de julho de 2013

Reitoria da UENF dá uma de Papai Noel, planta ventos e pode colher tempestades


A reitoria da UENF está se superando no quesito criar confusões irresolúveis no tratamento das demandas salariais dos diferentes segmentos que compõem o corpo de servidores da instituição.

Agora me chegou a notícia de que o colegiado executivo da UENF, um braço operacional da reitoria, acaba de aprovar uma demanda criada por uma promessa eleitoral, engendrada pelo ex-reitor e ex-presidente da FENORTE Almy Junior, que ajudou bastante na eleição do reitor Silvério Freitas. Essa demanda é um aumento localizado de salários para servidores técnicos com formação elementar e fundamental, que deixa de fora deste mimo os técnicos de nível superior e docentes. É tal da “distorção” que mais parece a Viúva Porcina, personagem de Dias Gomes na novela Roque Santeiro, que era aquela que tinha deixado de ser nem nunca ter sido.

Em vez de informar corretamente os técnicos que caíram no seu conto eleitoral que essa demanda é incumprível, a reitoria da UENF insiste em dar uma de Papai Noel. Essa decisão agora será levada para a reunião extraordinária do Conselho Universitário que também deverá decidir sobre a minuta da reitoria que pretende precarizar o quadro docente através da contratação de professores horistas.

Em suma, a confusão que está sendo armada promete aprofundar o acirramento que já existe entre os técnicos de diferentes formações e também pode jogar os docentes dentro da confusão. A única coisa que não está clara qual é a intenção da reitoria em armar tal celeuma, se já se sabe que o (dês) governo de Sérgio Cabral não vai concordar com o pagamento da tal “distorção”, mesmo porque o Plano de Cargos e Vencimentos da UENF é único, e não há como beneficiar um segmento sem criar a demanda dos que ficarem de fora do benefício.

Agora uma coisa é certa: a reitoria da UENF que semeia ventos pode acabar colhendo tempestades. Afinal, ninguém brinca de Papai Noel e sai impune, especialmente quando os interesses em jogo são os de trabalhadores que vivem exclusivamente de salários duramente corroídos pela inflação, sejam eles técnicos ou professores. A ver.