quinta-feira, 23 de maio de 2013

Ou o FBI virou uma polícia de Sucupira ou suas desculpas nunca foram tão esfarrapadas. Dá para acreditar em sua última versão?

Por Mário Magalhães
Identificado como Ibragim Todashev, este homem teria sido morto pelo FBI – Foto Orange County Corrections Department/AP

O FBI, a Polícia Federal norte-americana comandada quase meio século pelo legendário J. Edgar Hoover, saiu-se ontem com mais uma história enrolada.

De acordo com a corporação, um agente seu matou a tiros um suspeito de participar do ataque à maratona de Boston. O atentado com explosivos tirou a vida de três pessoas, no dia 15 de abril.

O FBI alega que o suspeito, identificado como Ibragim Todashev, seria um lutador de MMA que teria partido para cima dos policiais que o interrogavam em casa.

Como o FBI teria procurado um lutador de MMA _teria de saber disso_ sem força suficiente para imobilizá-lo, em caso de reação?

Se ignorava que se tratava de um lutador, é de um vexame escandaloso.

Caso soubesse e o tivesse interrogado com efetivo limitado, também seria atitude estúpida.

Se matou um suspeito que poderia ter imobilizado, mais que estupidez, houve crime.

E se o sujeito tivesse mesmo algo a ver com atentados terroristas, sua eliminação física prejudicou a investigação sobre a covardia criminosa em Boston e outros episódios.

Difícil acreditar na versão do FBI, apresentada nesta reportagem. Cheiro de cascata no ar.

A não ser que a PF dos EUA tenha virado uma polícia de Sucupira, a cidade fictícia e bagunçada criada por Dias Gomes em “O bem amado”. Para falar a verdade, acho que nem polícia Sucupira tinha.

(P.S.: no Twitter, Roberto Pereira lembra que Sucupira tinha polícia, sim. A delegada era vivida pela grande atriz Zilka Salaberry.)