segunda-feira, 29 de julho de 2013

UENF: reitoria abraça a crise do (des) governo Sérgio Cabral e periga afundar junto



Eu não vou me ater aqui às circunstâncias precárias em que a reitoria aprovou a minuta precarizante que, entre outras coisas, criou a pérola chamada "Professor Titular 20 horas". Aqui quero notar que o (des) governador Sérgio Cabral está anunciando que realiará nesta 4a. feira uma reunião com 18 DEPUTADOS ESTADUAIS para começar a construção de uma "agenda positiva" que permita tirar seu (des) governo da lama.

Pois bem, para quem não vivencia a ALERJ minimamente, informo que até o início das manifestações a base do governo era de 50 DEPUTADOS ESTADUAIS. Assim, aonde foram parar 32 DEPUTADOS para não irem à pajelança que Cabral está anunciando? Certamente fazendo seus cálculos sobre se vale a pena (ou não) continuar na barca de Cabral. Em suma, a crise de controle da base governista dentro da ALERJ beira o crítico.

Por outro lado fui informado que a reitoria da UENF manteve uma reunião com representantes do (des) governo na semana retrasada provavelmente para tratar da minuta precarizante que agora traz o mico do Professor Titular 20 horas. 

Ai é que eu fico imaginando sobre o que anda se passando na cabeça dos estrategistas (ou seria estrategista?) da reitoria. É que em meio a essa crise de Cabral, a reitoria continua se comportando como se governo pudesse impor qualquer coisa a um ente com autonomia constitucional? Além de extrema submissão política, essa postura da reitoria demonstra "bad timming". Aliás, a dificuldade de ler a realidade é que colocou um robusto séquito da reitoria dentro do Porto do Açu, justamente num momento em que o império "X" começava a afundar.

Agora, vamos aos conselheiros que, além de quebrarem o regime de DE, também votaram na tabela "Santa Claus" que dá aumentos generosos para técnicos elementar-fundamental-médio e deixa congelados os salários dos técnicos de nível superior e dos docentes. Primeiro, todos os conselheiros que são técnicos até o limite de nível médio que eventualmente votaram na tabela podem ser inclusos no crime de PREVARICAÇÃO. Quem quiser saber porque é só consultar a CÓDIGO PENAL BRASILEIRO. Quanto aos professores que votaram na minuta precarizante para "viabilizar a negociação", eu gostaria de saber qual é o segredo que os faz votar para congelar seus próprios salários. Se não for por puro cinismo (aprovar algo que já se sabe não tem qualquer chance de sucesso) ou tem gente com planos que vão além de continuar sendo apenas professores que trabalham em regime de DE. Afinal, a proposta que a reitoria apresenta para a DE só a completa no ainda longínquo ano de 2017. Como eu suponho que a maioria precisa de um ganho real e imediato para aliviar as pressões oriundas da vida cotidiana, qualquer outra explicação mereceria uma análise sociológica mais profunda.

Em função disso tudo, eu convido aos que não querem que a DE seja quebrada e nem pretende esperar até 2017 para ter a DE paga que saiam do momento de perplexidade em que se encontram para iniciar a consolidação de uma proposta de luta que nos permita derrotar a reitoria e o (des) governo de Sérgio Cabral.

Finalmente, para não dizerem que eu não falei das flores, um vídeoclip da famosa música de Geraldo Vandré que me parece mais apropriada do que nunca para defender a universidade de Darcy Ribeiro, a UENF.