terça-feira, 16 de julho de 2013

E o império de Eike veio abaixo


O fenômeno Eike Batista: A origem e a trajetória de Eike, um crime de lesa-pátria

Por Ana Paula Ragazzi, do Rio

Década de 50

Augusto Trajano Antunes (representante da Bethlehem Steel e da Hanna dos USA) e Eliezer Batista (funcionário da Vale, empresa criada por Getúlio Vargas) fundaram a MBR concorrente da Vale. Assim, Eliezer vendeu-se a Antunes, cometendo gravíssimo crime de peculato contra o Brasil.

Década de 60

Eliezer é demitido da Vale por receber suborno de empreiteiros. Assume então a presidência de empresa de Antunes (a ICOMI no Amapá, que mais tarde surge em nome de Eike). Protegido por Antunes, Eliezer volta à Vale, e continua a cometer crime de peculato, transferindo mercados da Vale para a sua própria MBR.

Década de 70

A Vale compra Carajás, da U S Steel. O patrimônio da Vale sobe para mais de 30 bilhões de dólares, convertendo-se na maior mineradora de ferro do mundo.

Década de 80

Eliezer volta à Presidência da Vale e vende cerca de 30% deste gigantesco patrimônio por 180 milhões de dólares (menos de 5% do valor)! O governo chega a perder o controle da Vale: sua participação cai abaixo de 50%. Reina a confusão, a Folha de S Paulo, a Tribuna da Imprensa, O Globo, denunciam o crime. A revista Senhor publica um mapa de jazidas da Vale sobre o qual se lê: “a ser cedido ao grupo Antunes”.

Denúncias abortam a transferência de jazidas de ouro (Bahia) para sócios de Eike, e de jazidas de bauxita para grupo americano (oeste do Para). Jazidas da Vale em Corumbá (Urucum) surgem nas mãos de Eike. O senador Severo Gomes aprova uma CPI e publica livro expondo a gigantesca roubalheira (leitura obrigatória: Companhia Vale do Rio Doce: Uma Investigação Truncada. Editora Paz e Terra. Prefácio de Paulo Sergio Pinheiro ). Eliezer é demitido. Porém permanece imensamente rico e impune - a origem do fenômeno Eike.

Década de 90

O resto da Vale é vendido por 4 bilhões de dólares . Os próprios compradores a avaliam e compram! (depoimento de Daniel Dantas a Miriam Leitão). Eike (leia-se Eliezer) emerge do nada, subitamente, como um dos homens mais ricos e geniais do mundo. Dinheiro corre. Corrompem à esquerda e à direita. Compram consciências, políticos e funcionários públicos. Filmes, livros, jornalistas, vendem sua patranhas, exaltando a genialidade do pai e filho.

Década de 2010

Aconselhado por José Dirceu, Eliezer e Eike entram em petróleo. O geólogo Paulo Mendonça e Rodolfo Landim, da Petrobras, arrancam a peso de ouro técnicos da empresa, e estruturam a OGX. Pedro Malan e RodolphoTourinho vão assessorar Eike.

O Fundo de Marinha Mercante empresta bilhões e seu presidente vai trabalhar para Eike.

Entretanto não se pode roubar, corromper, enganar e ainda se exibir, para todos e para sempre. O crime necessita da proteção das sombras. E Eike é um exibicionista compulsivo. E péssimo empresário. Tardiamente, o mercado está descobrindo. Processos dos lesados virão. Nos USA já estariam presos. Como Jose Dirceu provavelmente estará.

Eike, da euforia ao ceticismo do investidor

O mesmo mercado que se mostrou eufórico com o empresário agora quer vê-lo afastado dos negócios, apostando num efeito positivo nos preços das ações.