A PRIMAVERA ÁRABE CONTINUA FLORESCENDO, AGORA NA ESPANHA
A onde de revoltas praticamente espontâneas que está varrendo ditaduras no norte da África e no Oriente Médio chegou agora à Espanha. Em um claro desafio às cortes que proibiram manifestações públicas às vésperas das eleições que deverão ocorrer no próximo domingo, milhares de manifestantes saíram às ruas por toda a Espanha para protestar contra as altas taxas de desemprego, e demandar equidade social, empregos e o que eles chamam de democracia real. A maior destas manifestações está ocorrendo em Madrid, onde uma massa estimada de 25.000 pessoas está fazendo um protesto contínuo na praça "Porta do Sol" num dos pontos mais tradicionais da capital espanhola. Estas mobilizações estão sendo lideradas pelo movimento "Democracia real já", e representam uma contestação direta às políticas fiscais conservadoras impostas pela União Européia.
Os protestos se devem principalmente às taxas de desemprego na Espanha, que atingem 45% entre os mais jovens, o que explica que a maioria dos manifestantes presentes na Porta do Sol seja jovem. Mas, é importante frisar que o fato do movimento estar se espalhando e fortalecendo indica que não apenas jovens estão engrossando as fileiras dos protestos.
Esta situação se avizinha como um sinal de que o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) liderado pelo primeiro-ministro Jose Luis Rodriguez Zapatero caminha para uma fragorosa derrota nas próximas eleições. Isto em si não significa que haverá uma solução rápida para as demandas sendo apresentadas, mas demonstra que não há como partidos supostamente de esquerda ficarem indiferentes aos efeitos da crise do sistema financeiro internacional continuem sendo depositados apenas, e exclusivamente, nas costas da classe trabalhadora.
Uma curiosidade nisto tudo é o silêncio da grande mídia brasileira que continua ignorando estes protestos, que tem preferindo se concentrar nas finanças mal explicadas do ministro Antonio Palocci.
