terça-feira, 12 de março de 2013

OGX tem quatro cortes de recomendação e ações caem 16% em dois dias

Por Tatiane Bortolozi e Renato Rostás | Valor

SÃO PAULO - As ações da OGX acumulam ao menos quatro cortes de recomendações feitos por analistas em apenas dois dias, após a divulgação de dados frustrantes de produção em fevereiro. O preço-alvo chegou a ser reduzido em até quatro vezes pelo Bank of America Merrill Lynch, e foi cortado em mais da metade pelo Citi, Credit Suisse e UBS.

As ações fecharam com queda de 1,5% neste pregão, cotadas a R$ 2,61, com giro financeiro de R$ 269,7 milhões. Na segunda-feira, quando foi divulgado o relatório de produção, os papéis caíram 14,8%.


Petrolífera encerrou pregão desta terça em queda de 1,5%, valendo R$ 2,61



Os ganhos registrados na semana passada, quando foi anunciada uma parceria estratégica entre o banco BTG Pactual e a controladora EBX, foram zerados. 

A principal justificativa dos analistas para o corte de recomendação para as ações da OGX foi a incerteza sobre a geologia dos poços que a empresa opera na Bacia de Campos. A queda da produção de 14,4%, na comparação com janeiro, aumentou os custos por unidade em 22,4% e diminuiu a recuperação total de petróleo, reduzindo os retornos e potencialmente tornando algumas áreas não comerciais. 

“A campanha exploratória foi bem-sucedida, mas a fase de produção de dois dos três poços mostraram taxas fracas de produção, que podem até não mais justificar o desenvolvimento do campo”, explica o UBS. 

O Bank of America Merrill Lynch (BofA) reiterou a avaliação de “underperform”, equivalente à venda, e cortou o preço-alvo das ações para R$ 1. O Credit Suisse rebaixou a recomendação de neutra também para “underperform”, cortando o preço estimado para as ações de R$ 5,70 para R$ 2 em apenas dois meses.

O UBS rebaixou a recomendação de neutra para venda e cortou o preço-alvo de R$ 6 para R$ 2,30. O Citi reduziu a recomendação para venda e o preço-alvo foi de R$ 5,00 para R$ 2,15. 

A Ágora colocou a recomendação em revisão. O BB Investimentos está com o preço-alvo e a recomendação suspensos desde junho e aguarda conversas com a companhia para entender o motivo da piora de produção. A atualização das estimativas do BB acontecerá depois da apresentação do balanço anual de 2012, segundo as analistas Carolina Flesch e Andrea Aznar.

O BTG Pactual, questionado sobre possíveis revisões para a tese de investimentos da OGX, informou por meio da assessoria que “não comenta sobre empresas específicas.”

Na contramão

O Itaú BBA contrariou o consenso e manteve a recomendação de compra (outperform) e o preço-alvo de R$ 8,30, apesar de compartilhar a opinião de que os números de produção foram uma má notícia.

Com o crescimento da produção abaixo das expectativas, as preocupações com a posição de caixa se tornaram uma questão mais importante, diz a analista Paula Korvarsky, podendo levar ao exercício da opção de venda contra o acionista controlador antes do que o esperado.

Segundo ela, com as ações nos níveis atuais, o valor de R$ 6,30 em um possível aporte de capital por parte do controlador pode não representar um mau negócio para acionistas minoritários. Além disso, a única esperança de curto prazo para a OGX, na opinião da analista, parece ser uma fusão ou aquisição.


Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/3042398/ogx-tem-quatro-cortes-de-recomendacao-e-acoes-caem-16-em-dois-dias#ixzz2NN5BXr11