domingo, 18 de agosto de 2013

Grupo EBX: desnacionalização não impedirá "bondades" do BNDES com novos donos

BNDES aceitará empresas vendidas por Eike como clientes


Presidente do banco alega que as companhias têm ações negociadas na bolsa e estão em processo de reestruturação

Coutinho negou que haja projeções sobre o montante de dividendos que o BNDES repassará ao Tesouro neste ano(Ueslei Marcelino/Reuters)

As empresas do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, que foram vendidas e passaram a ter novo um controlador, poderão seguir como clientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), confirmou nesta sexta-feira o presidente da instituição, Luciano Coutinho. Segundo o executivo, a situação é semelhante a qualquer caso de troca de controle de empresas que sejam clientes do banco.

Falando a jornalistas após o seminário "Mercado Empreendedor: os Caminhos para o Financiamento", em São Paulo, Coutinho recusou-se a fazer mais comentários sobre as empresas do Grupo EBX, alegando que as companhias têm ações negociadas na bolsa e estão em processo de reestruturação. Coutinho também negou que haja projeções sobre o montante de dividendos que o BNDES repassará ao Tesouro neste ano. No primeiro semestre, o banco de fomento transferiu para o Tesouro 4,076 bilhões de reis, ante os 3,5 bilhões nos seis primeiros meses de 2012.

Nesta sexta-feira, Coutinho também frisou que as mudanças legais na forma de distribuição de dividendos, feitas no último dia de junho, atingiram "todas as empresas públicas". Em decreto publicado no Diário Oficial da União, o BNDES foi autorizado a pagar dividendos complementares, antes que as reservas de lucro para um futuro aumento de capital e para margem operacional atinjam os limites previstos. Assim, as reservas poderão deixar de ser constituídas e seus saldos, distribuídos a título de dividendos.Os que são pagos pelas estatais têm sido uma das principais fontes de receita do Tesouro para reforçar o caixa do governo e engordar o superávit primário.