sábado, 31 de agosto de 2013

Professores da rede municipal do Rio decidem manter greve

Após três tentativas de votação em uma assembleia que durou cerca de quatro horas, os profissionais de educação da capital fluminense decidiram nesta sexta-feira manter a paralisação até a próxima terça-feira, quando haverá outra assembleia; greve já dura 22 dias

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Após três tentativas de votação em uma assembleia que durou cerca de quatro horas, os profissionais de educação da capital fluminense decidiram hoje (30) manter a greve até a próxima terça-feira (3). Neste dia, haverá mais uma assembleia. A reunião de hoje foi marcada por debates entre um grupo que desejava manter a paralisação e outro que queria voltar a lecionar e ao estado de greve. 

Nesta sexta-feira, os docentes completaram 22 dias de greve, com adesão de 80% da categoria, segundo o Sindicato Estadual de Profissionais de Ensino (Sepe). 

A coordenadora do sindicato na capital, Susana Gutierrez, disse que houve avanço nas negociações com a prefeitura do Rio, mas destacou que a principal reivindicação, a autonomia de ensino, ainda não foi atendida. 

"A autonomia pedagógica é o professor ter o direito de construir o projeto político-pedagógico da escola, quais métodos ele vai utilizar. Nós temos um currículo único, isso não é problema, mas a forma como você vai dar esse currículo, ressaltou Susana. 

Na edição de hoje do Diário Oficial do Município do Rio, a prefeitura publica atos que foram acordados com o Sepe. Entre eles estão a climatização, até o fim deste ano, de mais 130 escolas; a criação do grupo de trabalho para definir um terço da carga horária; e a adoção de cadernos pedagógicos consultando, previamente, os docentes. O Sepe disse que as reivindicações atendidas foram "uma vitória", no entanto "ainda há muito para se batalhar". 

A Secretaria Municipal de Educação não informou, até o fechamento da matéria, o número de alunos sem aulas e o percentual de adesão dos professores à greve. 

Os profissionais de ensino da rede estadual, que também estão em greve desde o dia 8 de agosto, estão reunidos em assembleia, para decidir se mantém a paralisação. A categoria reivindica reajuste salarial de pelo menos 16% e a fidelização da matrícula em uma única escola. Na terça-feira (27), o governo do estado informou, em nota, que "compartilha da opinião sobre a fidelização de uma matrícula por escolas, mas alerta, "que, por menor que seja o número com o qual ocorre o contrário, a mudança não pode ser feita imediatamente". Sobre o reajuste, informou já ter concedido 8% para a categoria neste ano e que não há possibilidade de novo aumento. 

Edição: Juliana Andrade