quinta-feira, 9 de maio de 2013

Agência Reuters informa:OGX tem prejuízo de R$804,6 milhões no 1o trimestre de 2013


Por Roberto Samora

SÃO PAULO, 9 Mai (Reuters) - A petrolífera OGX, do grupo do empresário Eike Batista, registrou um prejuízo líquido no primeiro trimestre quase três vezes superior ao registrado no mesmo período do ano anterior, por conta de despesas bilionárias com poços secos.

O prejuízo subiu para 804,6 milhões de reais de janeiro a março, ante resultado negativo de 286 milhões de reais no mesmo período do ano passado, informou a empresa nesta quinta-feira.

"Esse resultado decorre principalmente de despesas no valor de 1,195 bilhão de reais referentes a poços secos e áreas subcomerciais devolvidas à ANP após a conclusão do período exploratório em março de 2013", afirmou a OGX em nota, acrescentando que esses impactos foram parcialmente compensados pelo efeito positivo de imposto de renda e contribuição social diferidos de 424 milhões de reais.

O Ebitda, indicador que mede a geração de caixa operacional, somou 73,8 milhões de reais no primeiro trimestre, contra Ebitda negativo de 38 milhões de reais no mesmo período de 2012.

"No primeiro trimestre de 2013, a OGX demonstrou um contínuo progresso, registrando maiores receitas e um Ebitda positivo pela primeira vez...", afirmou o diretor-presidente da OGX, Luiz Carneiro em comunicado.

A produção da companhia avançou para 10,9 mil barris de óleo equivalente por dia no trimestre, ante 10,2 mil barris do mesmo período de 2012. Nos últimos meses a produção recuou em função de problemas operacionais no campo marítimo de Tubarão Azul.

"Apesar deste avanço (ante 2012), este foi um trimestre desafiador para a OGX, uma vez que problemas operacionais levaram a paradas na produção dos poços OGX-68HP e TBAZ-1HP, além de intermitência operacional no poço OGX-26HP", comentou Carneiro.

Nos primeiros dois meses do ano, antes da ocorrência dos problemas operacionais, a produção média diária foi de 12,3 mil barris, ao passo que em março caiu para 8,3 mil barris.

A OGX informou ainda que perfurou e realizou a completação inferior de seis poços produtores horizontais no campo de Tubarão Martelo, com participação vendida nesta semana para a empresa estatal malaia Petronas.

Embora a OGX tenha apresentado redução nas despesas relacionadas às atividades de investimento, a posição de caixa decresceu aproximadamente 500 milhões de dólares, encerrando o trimestre em 1,15 bilhão de dólares. Essa redução ocorreu principalmente devido ao resultado negativo das atividades operacionais, motivado pelo aumento dos desembolsos com fornecedores recorrentes, disse a empresa.

DETALHES DE ACORDO COM PETRONAS

A empresa de petróleo do grupo de Eike Batista vendeu por 850 milhões de dólares participação de 40 por cento em dois blocos na bacia de Campos para a malaia Petronas, em um negócio saudado por analista como uma injeção de caixa no curto prazo.

Mas a totalidade desses recursos não entrará imediatamente no caixa da empresa brasileira.

De acordo com detalhes divulgados nesta quinta-feira, a OGX receberá a maior parte do pagamento somente quando o campo começar a produzir petróleo, o que é esperado para o fim do ano.

A empresa disse que receberá da Petronas, no fechamento financeiro do negócio, 250 milhões de dólares, mais uma quantia correspondente a 40 por cento dos gastos incorridos com o desenvolvimento do campo de Tubarão Martelo desde 1º de maio de 2013 --esses valores ficarão imediatamente disponíveis para qualquer finalidade.

Os 600 milhões de dólares restantes serão depositados em nome da OGX em uma conta e serão liberados da seguinte forma: 500 milhões de dólares no primeiro óleo; 50 milhões de dólares com o atingimento de uma produção agregada de 40 mil barris de óleo equivalente por dia; 25 milhões de dólares com uma produção agregada de 50 mil barris; e 25 milhões de dólares com uma produção agregada de 60 mil barris.

Apesar da negociação com a estatal malaia de petróleo, as ações voltaram a fechar em baixa na quinta-feira, caindo 6,25 por cento, antes da divulgação do balanço. No ano, as ações da petrolífera acumulam queda de cerca de 60 por cento.