quinta-feira, 30 de maio de 2013

Para variar de tema, um poema de Paulo Leminski

Todo desaparecimento prematuro é lamentável, mas alguns desaparecimentos prematuros são mais lamentáveis do que os outros. Nesse último grupo coloco Paulo Leminski cuja inquietação intelectual o transformou numa espécie de "Jack-of-all-trades" intelectual. Com Leminski compartilho parte das origens genéticas e de sua inquietação com o jeito em que o mundo funciona.

Agora acabo de comprar um coletânea de seus poemas que acaba de ser lançada pela editora Companhia das Letras. É um daqueles livros que valem a pena cada centavo que se usa para tê-lo e cada árvore que foi cortada para imprimi-lo.

Apesar de ter outros poemas favoritos, selecionei uma tradução que Leminski fez de um poema escrito no Século XIX pelo poeta polonês Adam Mickiewicz.

Polaly sie lzy me czyste, rzesiste,
Na me Dzieciństwo sielskie, anielskie,
Na moja młodość, górna i durna,
Na mój wiek meski, wiek kleski,
Polaly sie lzy me czyste, rzesiste....

Choveram-me lágrimas limpas, ininterruptas,
Na minha infância campestre, celeste,
Na mocidade de alturas e loucuras,
Na minha adulta, idade de desdita;
Choveram-me lágrimas limpas, ininterruptas....