O (des) governador Sérgio Cabral é certamente uma figura notável. Quase ao final do seu segundo mandato conseguiu passar incólume por situações que só refletem a "boa vontade" da mídia corporativa com suas festas adornadas com guardanapos chiques na cabeça. Isto sem falar nas ofensas a médicos e as expulsões sumárias de policiais militares e bombeiros.
Mas há que se dizer que Cabral só se tornou esse símbolo da sobrevivência política graças à proximidade com ex-presidente Lula e com a atual presidente Dilma Rousseff. Com os dois na presidência, Cabral conseguiu recursos e circulação, coisas que foram negadas de forma consistente e implacável com a família Garotinho.
Entretanto, talvez por apostar em sua proximidade com Lula e Dilma, agora o (des) governador viajante está numa sinuca de bico. Levou uma tremenda bola nas costas na idas e vindas da nova legislação da distribuição dos roaylties, e resolveu falar grosso. Mas a ira santa de Sérgio Cabral não durou uma semana, e ele teve que colocar no devido lugar e ordenou à sua base legislativa que não causem marolas que possam abalar as diminutas chances de que o Superior Tribunal Federal (STF) invalide a decisão do Congresso Nacional. O fato é que gostemos ou não, a chance do STF meter a colher nesse angu não é grande.
Depois que tudo transcorrer o seu curso, vamos ver o que fará Sérgio Cabral. A maior chance é que culpe Anthony Garotinho e Lindbergh Farias pelo destino trágico em que colocou o estado do Rio de Janeiro. Quem viver, verá.