Poços de petróleo da OGX podem parar de produzir em 2014
Por Daniela Meibak e Renato Rostás | Valor
SÃO PAULO - A OGX Petróleo e Gás, do empresário Eike Batista, anunciou nesta segunda-feira a conclusão de análise detalhada do comportamento de cada um dos três poços do Campo de Tubarão Azul desde o início de produção até agora. O resultado da análise é que não existe, no momento, tecnologia capaz de viabilizar economicamente investimento adicional no campo para aumentar o perfil de produção.
Além disso, a análise mostrou que os poços atualmente em operação poderão parar de produzir ao longo do ano de 2014. O aluguel pelo afretamento da FPSO OSX-1, plataforma conectada ao Campo de Tubarão Azul, continuará a ser pago à empresa de estaleiro OSX nos termos do contrato. A petroleira submeterá a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) uma revisão do Plano de Desenvolvimento com base nas conclusões resultantes da análise.
A OGX afirma que não devem mais ser consideradas válidas as projeções anteriormente divulgadas, inclusive as que dizem respeito a suas metas de produção.
“O comportamento dos poços produtores de Tubarão Azul levou a companhia a reprocessar e reinterpretar os dados geológicos e geofísicos existentes, o que permitiu a construção de novo modelo de reservatório, onde ficou evidente a intensa compartimentalização e descontinuidade desses reservatórios, o que compromete a produtividade dos mesmos”, afirma a OGX em fato relevante.
“A companhia concluiu que não existe, no momento, tecnologia capaz de tornar economicamente viável o desenvolvimento dos campos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia.”
A OGX submeterá à ANP requerimento no sentido de suspender o desenvolvimento dos campos indicados nos termos do contrato de concessão. O aluguel pelo afretamento da FPSO OSX-2, plataforma que seria utilizada nesse desenvolvimento, será pago a OSX nos termos do contrato a partir de janeiro de 2014 e até que essa unidade seja vendida ou destinada a outro local.
A petroleira decidiu, assim, interromper a construção pela OSX das unidades de produção FPSO OSX-4, FPSO OSX-5, além da WHP-1, WHP-3 e WHP-4.
Segundo o documento, o Campo de Tubarão Martelo continuará a ser desenvolvido normalmente, com primeiro óleo previsto para o quarto trimestre de 2013, conforme cronograma já divulgado. As unidades FPSO OSX-3 e WHP-2 que serão instaladas nesse campo terão o prazo do contrato de afretamento ajustado de forma a dar para a OGX o direito de terminar os contratos sem ônus a partir do décimo terceiro e décimo segundo anos, respectivamente.
Tal modificação do contrato de afretamento do FPSO OSX-3 somente entrará em vigor após a amortização total pela OSX do financiamento contraído pela mesma para construção da unidade, previsto para 2015.
As duas empresas de Eike Batista celebraram um acordo pelo qual a OGX terá um desembolso imediato de caixa para a OSX no valor aproximado de US$ 449 milhões. Pelo acordo, aproximadamente 70% desse montante será empregado no pagamento de custos de construção do FPSO OSX-3 e WHP-2.