Ação foi protocolada no Superior Tribunal de Justiça pelos moradores de São João da Barra, desapropriados para a construção do complexo
da Redação
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o empresário Eike Batista são alvo de uma queixa-crime impetrada pelos moradores do município de São João da Barra, no norte fluminense, que tiveram suas terras desapropriadas para a construção do complexo do Porto do Açu.
A ação foi protocolada no sábado (27) e pede o afastamento de Cabral e do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. A alegação é de que o governador passou a receber "benesses" de Eike após a edição de decretos que viabilizaram a desapropriação da área. Entre os favores elencados, está o uso do jatinho do empresário para viagens de Cabral.
Já Coutinho, segundo os agricultores, estaria "alimentando a organização criminosa com recursos do erário" por meio dos recursos do BNDES destinados a Eike. A queixa-crime acusa Cabral de peculato, Batista e Coutinho de gestão temerária, e os três por formação de quadrilha.
De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, só 10% da área desapropriada para a construção do complexo do Porto do Açu está em obras. O projeto previa originalmente a instalação de siderúrgica, cimenteiras, termelétricas, polo metal-metânico e polo ferroviário, entre outras empresas.
Os moradores preparam uma ação popular para pedir à Justiça a devolução das terras.