Tendo me tornado um visitante contumaz das terras do V Distrito de São João da Barra, venho acompanhando de longe a situação jurídica que envolve o prefeito Neco e seu vice, Alexandre Rosa. Quando perguntado sobre se ele será cassado ou não, respondo que tanto pode ser quanto pode não ser. Vai depender da correlação de forças dentro dos tribunais, especialmente no TRE e no TSE. E até segunda ordem, ou primeira cassação, Neco é o prefeito de São João da Barra.
Mas será que isso agora é prêmio ou castigo? Como se sabe a vitória da chapa Neco-Rosa se deu nos ventos favoráveis que ventavam do Porto do Açu e na hegemonia de Sérgio Cabral na política estadual. Agora estes dois suportes evaporaram como a água que contem o sal que foi depositado nas águas e terras do V Distrito. De quebra há o risco real de perda das receitas dos royalties. Em suma, acabou o milho, e faltará pipoca.
Pior ainda é o fato de que os agricultores do Açu agora partiram para uma queixa-crime que atinge diretamente Sérgio Cabral e Eike Batista, mas que também resvala em Carla Machado, a madrinha da dupla de governantes municipais de São João da Barra. Assim, Carla Machado pode se transformar (se não já se transformou) em um pesado fardo que só traz custo e nenhum benefício.
Em suma, a vida do prefeito Neco não está fácil e a tendência é de que piore ainda mais. afinal, se a revolta abunda no V Distrito, a mesma pode se espalhar rapidamente para o coração de cidade de São João da Barra. E se isto acontecer, perder o cargo será, talvez, um alívio.