Famílias de porto de Eike pedem saída de Cabral
SEVERINO MOTTA, DE BRASÍLIA
Moradores de São João da Barra (RJ), que tiveram suas terras desapropriadas para a construção do complexo do porto do Açu, de Eike Batista, apresentaram ontem notícia-crime no STJ pedindo o afastamento do governador Sérgio Cabral e do presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Assinada por 29 moradores, a notícia-crime alega que Cabral passou a receber "benesses" de Eike após a edição de decretos que viabilizaram a desapropriação da área. Entre os favores elencados, está o uso do jatinho do empresário para viagens de Cabral.
Os moradores dizem que Coutinho estaria "alimentando a organização criminosa com recursos do erário" por meio dos recursos do BNDES destinado a Eike.
Pelos fatos, a notícia-crime acusa Cabral de peculato, Batista e Coutinho, de gestão temerária, e os três por formação de quadrilha.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com as assessorias de Cabral, do BNDES e de Eike.
No domingo, a Folha publicou que só 10% da área desapropriada para a construção do complexo do porto do Açu está em obras e que moradores preparam uma ação popular para pedir à Justiça a devolução das terras.
O projeto previa originalmente a instalação de siderúrgica, cimenteiras, termelétricas, polo metal-metânico e polo ferroviário, entre outras empresas.