A reitoria da UENF está se
superando no quesito criar confusões irresolúveis no tratamento das demandas
salariais dos diferentes segmentos que compõem o corpo de servidores da
instituição.
Agora me chegou a notícia de
que o colegiado executivo da UENF, um braço operacional da reitoria, acaba de
aprovar uma demanda criada por uma promessa eleitoral, engendrada pelo ex-reitor e ex-presidente da FENORTE Almy Junior, que ajudou bastante na
eleição do reitor Silvério Freitas. Essa demanda é um aumento localizado de
salários para servidores técnicos com formação elementar e fundamental, que
deixa de fora deste mimo os técnicos de nível superior e docentes. É tal da
“distorção” que mais parece a Viúva Porcina, personagem de Dias Gomes na novela
Roque Santeiro, que era aquela que tinha deixado de ser nem nunca ter sido.
Em vez de informar
corretamente os técnicos que caíram no seu conto eleitoral que essa demanda é
incumprível, a reitoria da UENF insiste em dar uma de Papai Noel. Essa decisão
agora será levada para a reunião extraordinária do Conselho Universitário que
também deverá decidir sobre a minuta da reitoria que pretende precarizar o
quadro docente através da contratação de professores horistas.
Em suma, a confusão que está
sendo armada promete aprofundar o acirramento que já existe entre os técnicos
de diferentes formações e também pode jogar os docentes dentro da confusão. A
única coisa que não está clara qual é a intenção da reitoria em armar tal
celeuma, se já se sabe que o (dês) governo de Sérgio Cabral não vai concordar
com o pagamento da tal “distorção”, mesmo porque o Plano de Cargos e
Vencimentos da UENF é único, e não há como beneficiar um segmento sem criar a
demanda dos que ficarem de fora do benefício.
Agora uma coisa é certa: a
reitoria da UENF que semeia ventos pode acabar colhendo tempestades. Afinal,
ninguém brinca de Papai Noel e sai impune, especialmente quando os interesses
em jogo são os de trabalhadores que vivem exclusivamente de salários duramente
corroídos pela inflação, sejam eles técnicos ou professores. A ver.