Altamiro Silva Júnior e correspondente, do
Eike Batista: os investidores demonstraram preocupação com um eventual calote nos bônus da OGX
Marcos Issa/Bloomberg
Nova York - Os credores estrangeiros de Eike Batista começaram a se organizar temendo um eventual dificuldade do grupo EBX em honrar seus compromissos externos.
Um grupo desses investidores participou de um evento ontem, 15, em Nova York e conversou com advogados brasileiros e estrangeiros para entender o que está acontecendo com as empresas X e qual o cenário futuro.
Os credores externos do grupo, em sua maioria, têm bônus emitidos pela petroleira OGX, que possui US$ 3,6 bilhões de dívidas em dólar. Nas conversas de ontem, não se falou ainda em litígios contra o grupo EBX.
Mas os investidores demonstraram preocupação com um eventual calote nos bônus da OGX e preveem algum tipo de reestruturação nos passivos.
O primeiro vencimento será em outubro, com um pagamento de cerca de US$ 45 milhões de bônus emitidos no exterior que vencem em 2022. Há outro vencimento previsto para dezembro, com mais US$ 110 milhões referentes ao pagamento anual do cupom (juro nominal) de um bônus com vencimento em 2018.
O diretor executivo de Finanças Corporativa e Reestruturação Societária da FTI Consulting no Brasil, Sam Aguirre, deu uma palestra no evento e disse ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que alguns credores queriam entender como os brasileiros veem os problemas da EBX.
O assunto tem tido repercussão na imprensa norte-americana, com matérias de capa no New York Times e Wall Street Journal.
O diretor destaca que, como a holding que controla as empresas do grupo, a EBX, tem capital fechado, as dúvidas sobre os reais passivos das companhias de Eike Batista aumentam. Os credores estão buscando caminhos e tentando achar uma solução que faça sentido para os dois lados, disse Aguirre.