segunda-feira, 4 de março de 2013

Valor Econômico informa: Deutsche Bank reduz preço-alvo para OGX de R$ 3,80 para R$ 2



Por Renato Rostás | Valor



SÃO PAULO - As perspectivas menores de petróleo recuperável na Bacia de Campos e o encarecimento da ação frente à concorrência local fizeram o Deutsche Bank rebaixar o preço-alvo para as ações da OGX de R$ 3,80 para R$ 2 em relatório divulgado hoje. Os papéis da companhia caíam 4,3%, por volta das 10h50, cotados em R$ 2,91, a maior queda do Ibovespa.

O banco alemão manteve sua recomendação em venda para a petrolífera de Eike Batista. Segundo o analista Marcus Sequeira, a empresa está decepcionando com sua produção mensal, uma tendência que provavelmente será corroborada com o terceiro poço de Tubarão Azul tendo estimativas menores que as esperadas inicialmente.

Além disso, o Deutsche se mostrou mais pessimista que a média do mercado. No relatório, o banco lembra que os investidores estão aguardando a declaração de comercialidade dos empreendimentos nas bacias de Campos e Santos para o dia 12. Mas olhando os números atuais, “há uma grande chance de a OGX devolver blocos inteiros ou parcialmente”, afirma.

Enquanto os analistas provavelmente ficarão de olho na queima de caixa durante o quarto trimestre, Sequeira diz que vai procurar pistas sobre a opção que a companhia pode exercer contra seu controlador. A OGX pode exigir que Eike Batista compre US$ 1 bilhão em ações a qualquer momento, e o Deutsche acha que isso vai acontecer.

Sobre a possibilidade de sair de alguns blocos — uma promessa antiga da petrolífera —, a instituição também se mostra incrédula. “Achamos que uma venda, especialmente a valores maiores do que os de nosso modelo, é improvável”, destaca o relatório. O Deutsche lembra que, no passado, o grupo já tentou vender ativos da Bacia de Campos, mas não conseguiu.

O banco comenta ainda a performance da OGX na bolsa frente aos rivais. Considerando suas concorrentes no Brasil — QGEP, da Queiroz Galvão, e HRT — e mais as três colombianas — Pacific Rubiales, Petrominerales e a Gran Tierra Energy —, sua ação ainda está cara. Ao levar em conta o indicador que relaciona o valor de empresa (valor de mercado mais dívida líquida) com a produção prevista para 2013, a OGX teria o papel mais caro e com menor possibilidade de alta.