terça-feira, 2 de julho de 2013

Brasil 247: Eike derruba Bolsa a pior marca desde abril de 2009

Além dele, que provocou efeito cascata na Petrobras, Vale e bancos privados, queda de 2% na produção industrial e encontro surpresa entre presidente Dilma e ministro Guido Mantega derrubaram o pregão em 4,24%, com 69, entre 71 papeis, fechando no vermelho; Bank of America Merrill Lynch (BofA) cortou o preço-alvo para as ações da OGX Petróleo e Gás de R$ 1 para R$ 0,10

247– Na grossa poeira levantada pelo rolar abaixo das empresas X, do ex-bilionário Eike Batista, o mercado de ações do Brasil desabou nesta terça-feira 2. Dos 71 papéis listados no Índice Bovespa, apenas dois registraram alta, com marcas bastante expressivas, no aspecto negativo, entre as outras 69 ações. O índice Bovespa recuou 4,24%, atingindo os 45.228, pior marca desde abril de 2009.

A primeira, segunda e terceira maiores baixas foram, não por acaso, OGX (petrolífera), MMX (mineradora) e LLX (logística), com perdas de 19,64%, 17,29% e 11,24%, respectivamente. Os papéis da 'OG', como os funcionários sobreviventes chamam a empresa-mãe de Eike, não valem mais que R$ 0,45, já tendo sido cotados a cerca de R$ 20,00 um ano atrás. Como resultado das quedas sucessivas dos últimos meses, o Bank of America Merrill Lynch (BofA) cortou o preço-alvo para as ações da OGX Petróleo e Gás de R$ 1 para R$ 0,10. A recomendação é de venda dos papéis.
Misturada à informação de que a produção industrial caiu 2% em maio frente a abril, o empuxo de mais essa etapa do naufrágio de Eike tragou o valor da Petrobras, que passou a ser atingida por dúvidas sobre a tecnologia necessária para extrair petréleo do Pré-Sal. Como Eike fracassou, especula-se que essa tecnologia ou ainda não exista, ou inviabilize a exploração comercial em águas mais que profundas. O papel da estatal, assim, recuou 4,14%, atingindo o seu menor valor histórico: R$ 15, 39.
A cambalhota experimentada pela mineradora MMX, de nada menos que 17,29%, indicando que o mercado considera para ela o mesmo destino da OGX, de insolvência, levou de cambulhada os papeis da Vale. Eles caíram 4,33% e 3,36%, nas duas modalidades oferecidas ao mercado.

Toda a descida de ladeira, aos trancos e barrancos, das companhias X igualmente contribuiu para perdas entre os grandes bancos Itaú e Bradesco, com empréstimos bilionários ao ex-magnata. As ações da Itaúsa, holding do Itaú, despencaram 4,64%, enquanto as do Bradesco tiveram queda de 3,19%. Num dia tenebroso, o brilho, não de ouro, foi de Eike.