terça-feira, 2 de julho de 2013

Agência de classificação de risco corta nota da OGX, de Eike, para nível pré-calote


DA REUTERS, DE SÃO PAULO

A agência de classificação de risco Standard & Poor's cortou nesta terça-feira (2) sua avaliação de crédito da petroleira OGX, do empresário Eike Batista, de "B-" para "CCC", num nível próximo ao de empresas em situação de calote. A perspectiva para a nota é negativa.

A agência atribui a nota "CCC" quando acredita haver 50% de chance de uma empresa não honrar seus compromissos de dívida. A nota também é atribuída se é provável que o calote ocorra dentro de um prazo de 12 meses.


Segundo a S&P, o rebaixamento deve-se principalmente ao anúncio feito pela OGX na segunda de que não vai investir no aumento da produção dos poços do campo de Tubarão Azul, que podem podem cessar a produção em 2014 devido à falta de tecnologia disponível.

Além disso, a OGX cancelou encomendas para novas plataformas de petróleo, e não irá desenvolver os campos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia, todos na bacia de Campos.

"Esperamos que a OGX precise de financiamento externo adicional para amortecer a falta de caixa no fim de 2013 e começo de 2014", segundo a agência de risco.

A agência ainda afirmou considerar a administração e a governança da OGX como "fracas" devido à má avaliação por parte da empresa de seu posicionamento estratégico e à sua gestão de risco.

"Em nossa avaliação, a habilidade administrativa [da OGX] de converter decisões estratégicas em ações construtivas fica atrás da de seus pares, e a empresa revisou frequentemente para baixo, às vezes de maneira abrupta, seus planos de produção", disse a S&P.

Às 16h32, a ação da OGX na Bolsa paulista desabava 17,85%, a R$ 0,46, após já ter tombado quase 30% na véspera. No mesmo horário, o Ibovespa caía 4,38%.