terça-feira, 11 de junho de 2013

Nos bastidores das demissões no Porto do Açu: o que mais incomoda é a sensação de humilhação


Hoje travei uma conversa interessante com uma pessoa que teve um familiar demitido recentemente pela AGF no Porto do Açu. Essa conversa me propiciou um mergulho nos procedimentos de como as demissões vem se dando passo a passo:


Passo 1: Um incauto funcionário que ainda não sabe que foi demitido, cehga ao seu local de trabalho, e rapidamente alguém aparece e lhe entrega a carta de demissão.

Passo 2:  Em posse dessa carta, o demitido é dirigido ao escritório da empresa para entregar todos os equipamentos que porventura estejam em sua posse.

Passo 3: Após entregar os pertences, a pessoa recebe o documento de encaminhamento para o exame demissional.

Passo 4: Sem ter sequer tempo para se despedir dos colegas que não foram demitidos, o agora ex-funcionário é encaminhado por uma porta até um ônibus que já se encontra esperando e é sumariamente removido do canteiro de obras.

Passo 5: Aparentemente para tentar acalmar os nervos, o som ambiente é composto por canções de sertanejo universitário.


A soma desses passos todos é que a maioria dos demitidos se sente completamente humilhado e desrespeitado, pois são removidos do canteiro de obras do Porto do Açu como se fossem meliantes. Para piorar muitos dos demitidos acabavam de chegar de outras partes do Brasil (há casos de demitidos que haviam chegado na região há menos de uma semana), onde abandonaram empregos e condições confortáveis de existência.

Agora, eu me pergunto: e depois a culpa é dos críticos e de quem avisou que esse empreendimento era uma furada? Bom, melhor então é ser culpado do que cúmplice.