sábado, 8 de junho de 2013

EUA: Empresas de tecnologia mudaram sistemas para serem monitoradas



O jornal americano The New York Times informou, neste sábado, 8, que a maioria das empresas de internet americanas fizeram um acordo com o governo para mudar os sistemas para facilitar o monitoramento de dados de usuários pelos serviços de inteligência.
A reportagem é publicada dois dias após a denúncia de que dados de usuários de empresas como Google, Facebook, Microsoft e Apple foram monitorados pela Agência Nacional de Segurança (NSA, em inglês), como parte de um programa chamado PRISM.

Através da iniciativa, os agentes de inteligência podiam conseguir conteúdos de e-mails, mensagens de voz e vídeo, perfis de redes sociais e arquivos compartilhados entre usuários. Nesta sexta, 7, o presidente Barack Obama disse que apenas pessoas que não moram nos Estados Unidos foram monitoradas.

Segundo o jornal, as mudanças foram aprovadas após acordo entre executivos das empresas e o governo americano. Dentre as empresas que teriam aceitado a alteração, estão Google, Facebook, Microsoft, Apple, Yahoo e a AOL.

As companhias são obrigadas por lei a fornecer os dados dos investigados por serviços de inteligência, de acordo com o Código de Vigilância e Inteligência Estrangeira. Nesse caso, as demandas são feitas por ações judiciais de caráter confidencial.

No entanto, algumas empresas fizeram acordos informais para abrir pequenas brechas nos sistemas para permitir o compartilhamento de informações de forma extraoficial. Os dados seriam trocados em salas de bate-papo secretas, hospedadas em servidores confidenciais.

As negociações continuaram nos últimos meses até que o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos Estados Unidos, Martin Dempsey, viajou ao Vale do Silício para encontros com executivos das empresas. Dentre as discussões feitas sobre o futuro da internet, estava o projeto de compartilhamento de dados.

Twitter

Uma das empresas, no entanto, não aceitou o acordo e se manteve apenas no sistema legal de vigilância. O Twitter se negou a fornecer brechas em seus sistemas para permitir maiores invasões do governo. O serviço de microblog também não aparece entre as empresas que foram monitoradas pelo PRISM.

Questionadas pelo New York Times, as companhias de internet disseram não ter conhecimento sobre o programa do governo para facilitar o acesso a seus servidores. Eles também afirmam que só fornecem dados após ordem judicial e que, nestes casos, elas são transmitidas de forma eletrônica.

Mark Zuckerberg, CEO do Facebook

Facebook

"O Facebook não é nem nunca foi parte de nenhum programa para dar aos EUA ou a qualquer governo acesso direto aos nossos servidores. Nós nunca recebemos um pedido abrangente ou uma ordem judicial de qualquer agência do governo com pedido de informação ou metadados no atacado, como a que a Verizon diz ter recebido. E, se recebêssemos, nós lutaríamos agressivamente", disse a empresa em comunicado. 

O CEO Mark Zuckerberg afirma, na nota, que "nunca tinha ouvido falar" do Prism até esta quinta, 6. 

Na quinta, 6, os jornais The Guardian e The Washington Post informaram sobre as operações de interceptação de ligações da companhia telefônica Verizon e de dados de usuários de grandes empresas de internet, como Google, Facebook, Microsoft e Apple.

(Folhapress)