quarta-feira, 12 de junho de 2013

Bovespa sofre com forte baixa de empresas “X” e Klabin


Por Téo Takar | Valor

SÃO PAULO - A Bovespa tem mais um pregão tenso, com suas principais ações pressionadas pelo vencimento de opções sobre o índice e de índice futuro, no fim da tarde de hoje. O clima externo também não ajuda, com as bolsas em Wall Street ampliando perdas, ainda sob o efeito das incertezas sobre uma possível redução dos estímulos à economia americana por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

Segundo o estrategista da Icap Brasil, Gabriel Gersztein, o movimento de aversão ao risco no mercado brasileiro hoje está mais acentuado e descolado de seus pares emergentes, ao contrário de ontem, quando todos seguiram em trajetória semelhante.

Às 16h45, o Ibovespa caía 1,26%, para 49.150 pontos, com giro de R$ 7,2 bilhões. Em Wall Street, o Dow Jones perde 0,79%, o Nasdaq cai 0,95%, e o S&P 500 recua 0,77%.

Entre os papéis de maior peso no índice, Vale PNA perde 2,33%, a R$ 27,13; Petrobras cai 2,26%, a R$ 18,11; e OGX ON afunda 10,25%, para nova mínima histórica, de R$ 1,05.

Além da empresa de petróleo de Eike Batista, outras companhias “X” também estão entre as maiores baixas da bolsa. LLX ON (logística) despenca 10,14%, MMX ON (mineração) perde 5,16% e CCX ON (carvão) afunda 25,31%.

A venda de 2% do capital da OGX por Eike no mês passado repercutiu muito mal no mercado. Conforme o Valor PRO informou ontem, o empresário precisou fazer caixa para honrar com uma chamada de margem de garantia de um empréstimo com o Itaú. Agora, a desconfiança dos investidores recai sobre outras ações do grupo.

No caso de CCX há uma agravante: a oferta de fechamento de capital da companhia, que deve acontecer por meio de uma permuta por ações de outras empresas do grupo, principalmente OGX.

A lista de maiores baixas traz, além do grupo “X”, os papéis PN da Klabin (-9,0%, a R$ 11,31). A Klabin anunciou ontem à noite um investimento de R$ 6,8 bilhões em uma nova fábrica de celulose no Paraná. Porém, as ações estão pressionadas porque a empresa também realizará oferta pública primária de R$ 1,7 bilhão em units para financiar parte do e mpreendimento. A nova fábrica também vai piorar a alavancagem da companhia. A relação dívida líquida/Ebitda subira para 3, 9 vezes com o investimento.

Apesar do pregão negativo, há papéis com ganhos expressivos: PDG Realty ON (8,21%), Gol PN (5,71%) e JBS ON (4,03%).

Operadores não viram razões específicas para alta de JBS, mas acreditam que seja uma correção após a forte baixa dos dois últimos pregões, após a companhia anunciar a compra da Seara por R$ 5,85 bilhões.

Já a alta de Gol, segundo apurou o repórter João José Oliveira está relacionada a fatores gráficos – o papel testou um forte suporte aos R$ 7,58 – e também à expectativa de reorganização operacional da companhia. Dois profissionais de mercado que estiveram ontem em almoço com a equipe de Relações com Investidores (RI) da Gol, em São Paulo, afirmaram que ficaram impressionados pela disposição sinalizada pela empresa de seguir firme na busca por corte de custos, em meio a um ambiente de maior volatilidade do dólar.

Para essas fontes, ficou a impressão que a Gol está disposta a reforçar o corte de custos por meio de um novo ajuste na redução das rotas em busca de manutenção de margens, mesmo que em detrimento de participação de mercado.

As ações da incorporadora PDG operam em alta forte hoje por conta da avaliação do mercado de que a Vinci Partners está aumentando a exposição às ações da empresa também por meio de seus sócios, informa a repórter Ana Paula Ragazzi. A iniciativa é vista pelos investidores como uma forte demonstração de confiança no negócio, que passa por uma reestruturação.

Na semana passada, a Vinci Equities Gestora de Recursos declarou que havia alcançado uma participação de 5,09% na PDG, ou 68,159 milhões de ações, após compras em bolsa. A Vinci possui outros 9% da PDG por meio de seu fundo de investimentos em participações, fatia alcançada após um aumento de capital no ano passado. Ontem a PDG divulgou que membros de seu conselho de administração compraram R$ 205 milhões ou 86,698 milhões de ações da companhia em maio.


FONTE: http://www.valor.com.br/financas/3159108/bovespa-sofre-com-forte-baixa-de-empresas-x-e-klabin#ixzz2W2CTktdA