Assim é fácil; apanhado na
utilização de helicóptero oficial de R$ 15 milhões para transportar babás,
amigos dos filhos, cabeleireiro e prancha de surfe para sua casa de praia, além
da própria família e o cãozinho Juquinha, governador do Rio procura se fazer de
vítima; diz que está sendo perseguido; Sergio Cabral nega em suas tuitadas
"uso pessoal" da aeronave, sustenta que é tudo dentro da lei, mas não
enfrentou fatos específicos; preferiu atirar para todos os lados: "Alguns
(outros governadores) dispõem de frotas de aviões - o que não é caso do
RJ"; seria um pedido?
247 – O governador Sergio Cabral é, segundo ele próprio, uma
vítima da "perseguição ao seu mandato". No final da tarde deste
domingo 7, ele utilizou sua conta no Twitter para negar que tivesse feito
"uso pessoal" do helicóptero de R$ 15 milhões, comprado pelo Estado
em 2011, por sua determinação pessoal. Com alta frequência nos finais de
semana, a aeronave do governo do Rio vinha sendo utilizada para o transporte
não apenas da família Cabral à sua casa de praia em Mangaratiba, mas também de
babás, amigos dos filhos do governador, um cabelereireiro, um médico, pranchas
de surfe e o cãozinho Juquinha, de estimação do clã (leia mais aqui).
"Não procede a informação
de utilização pessoal do helicóptero do Estado", escreveu Cabral, pouco
depois das 17 horas, sem, no entanto, enfrentar uma a uma as acusações. Por
exemplo: carregou-se no helicóptero o cabeleireiro da primeira-dama? Uma Babá
voou Rio-Mangaratiba-Rio, no aparelho oficial, apenas para buscar uma muda de
roupa esquecida pela família? E a prancha de surfe, coube direitinho na cabine
ou viajou apertada?
Por Cabral, nada ose sabe.
Apenas que ele "encara como uma perseguição ao seu mandato informações que
soem como "denúncias" qto ao uso de aeronaves". Nada mais que
isso.
Procurando se colocar na posição de vítima, o político do PMDB
atirou para todos os lados em nova postagem, afirmando que "todos os
governadores dispõem de frotas de helicópteros, alguns dispõem até de frotas de
aviões – o que não é o caso do RJ".
Certamente, com essa última tuitada, Cabral quis dizer que o Rio
de Janeiro (RJ) é um Estado com menos mordomias que outros. Um exemplo de bons
costumes administrativos, apesar de, por força de um decreto do próprio Cabral,
não divulgue uma série de gastos do Gabinete do Governador.
Com as ruas próximas ao
apartamento em que vive no Leblon, na zona sul do Rio, cercado por policiais
militares, que impedem a chegada de novas ondas de manifestantes, Cabral está
no auge de seu isolamento político. Não será com algumas tuitadas, ainda mais
quando vazias de conteúdo, que ele vai conseguir impedir as consequências
graves de seus atos.