sexta-feira, 11 de novembro de 2011

AQUILO QUE KÁTIA ABREU NUNCA VAI FALAR: BRASIL VIROU IMPORTADOR DE ALIMENTOS E A COISA AINDA VAI PIORAR


A senadora e latifundiária Kátia Abreu que nas horas vagas também é presidente da Confederação Nacional da Agricultua (CNA) gosta de ficar arrotando estatísticas de que o agronegócio brasileiro (quer dizer latifúndio) é o esteio da Nação. 

Pois bem, Kátia Abreu (que alguns chamam de "Menina Veneno" do Latifúndio por causa de suas pressões pela diminuição no controle dos agrotóxicos vendidos no Brasil) não está falando a verdade. A matéria abaixo publicada pelo insuspeito jornal "O GLOBO" dá conta de algo que já se sabia era inevitável: o Brasil está se tornando um grande importador de alimentos! 

E isto está acontecendo também por causa do verdadeiro bloqueio à Reforma Agrária que está acontecendo no governo de Dilma Rousseff que em 2011 não assinou um mísero ato de desapropriação para fins de criação de assentamentos e, pasmem, executou só em torno de 30% das verbas destinadas ao fortalecimento dos assentamentos existentes.

Do jeito que anda, vamos terminar comendo pedra. Isto é o que dá o PT se abraçar com o latifúndio e virar as costas para a agricultura familiar!

Brasil importa cada vez mais alimentos

Em alguns itens básicos, compras lá fora cresceram até 380% este ano


por Bruno Ros

Alimentos populares como feijão, arroz e até a banana plantados em países asiáticos e europeus estão cada vez mais presentes à mesa dos brasileiros. Considerado um dos celeiros agrícolas do mundo, só este ano, no entanto, o Brasil registra avanço superior a 380% na importação de alguns desses alimentos básicos. O mercado interno aquecido, o câmbio favorável e o elevado custo de produção entre os agricultores domésticos explicam o aumento das compras feitas no exterior. A alta, porém, preocupa especialistas e produtores.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a importação de feijão, por exemplo, subiu 56% este ano, após crescer 24% em 2010. O feijão chinês representa 31% das compras feitas pelo Brasil lá fora. A banana, símbolo do país tropical, também vem de longe: as importações, em alta desde 2008, avançaram 383% em setembro. Só a Tailândia respondeu por 50% dessas compras.

- O consumo está em alta, e a oferta interna não se adapta. Esse é um movimento novo e vem ganhando força. Além disso, o foco dos produtores sempre foi a exportação. Mas, hoje, há um mercado interno comprador interessante. Como acontece com carros e eletroeletrônicos, os importados chegaram aos alimentos e isso é preocupante – diz Maurício Mendes, presidente da consultoria de agronegócios Informa FNP.

Um sinal de alerta dado pelos analistas é o preço. A rede de supermercados Zona Sul negocia com produtores do Chile a importação de maçã, kiwi e pera a preços mais competitivos em relação aos similares nacionais. O Hortifruti compra ameixa da Espanha, pera dos EUA e de Portugal, além de kiwi da Itália. Com a ajuda do câmbio, a empresa consegue fazer até promoções: está vendendo o quilo de maçãs da Espanha por R$3,99. Originalmente, o produto custa R$4,99. O Hortifruti diz que compra lá fora quando não há safra no Brasil ou os produtos nacionais são de baixa qualidade.

- Estou comprando cebolas (que são da Espanha), e o preço está ótimo – diz Katia Gama, que estava no Hortifruti, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.

Varejo busca importados mais baratos que nacionais

Omar Moisés Filho, corretor do Mercado do Feijão, diz que a tendência de importação só cresce. Ele diz que um saco de feijão, de 60 quilos, da China, custa R$80, contra R$90 cobrados pelos produtores brasileiros:

- A procura pela importação é para baixar os custos.

Além de feijão e banana, chama a atenção a importação de limão de países como Espanha e Uruguai, que cresceu 26% em 2010 e este ano deve subir 45,6%. Para os analistas, o Brasil está perdendo competitividade lá fora. Mendes, da FNP, cita as variedades específicas de frutas como laranja (que subiram 143% este ano) e maçã (56,64%):

- Hoje, importam-se produtos que poderiam ser produzidos aqui.

Além disso, especialistas dizem que, com Europa e EUA consumindo menos, parte dos produtos asiáticos vem para o Brasil. É o caso das laranjas da Tailândia e do arroz parboilizado da Índia.

- Em média, a importação de alimentos tem crescido 20% na companhia, inclusive itens da cesta básica, como o alho – diz Samir Ruggiero, gerente de Comércio Internacional do Grupo Pão de Açúcar.

O professor Marcos Fava Neves, professor de Estratégia da FEA-USP, em Ribeirão Preto, considera o avanço lamentável. Para ele, o câmbio favorável, que permite a chegada de produtos mais baratos, e os altos custos de produção no país são fatores que explicam o fenômeno:

- Temos condições excelentes de produzir quase tudo. A questão é ver o porquê de o país não conseguir atender – diz.

André Barreto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Arroz (Abiarroz) diz que é preciso agregar valor:

- O Brasil está comprando arroz diferenciado, e aromático, da Índia e da Tailândia. Hoje, temos de agregar valor.