domingo, 13 de novembro de 2011

ROCINHA: A FARSA DA PACIFICAÇÃO GANHA MAIS UM CAPÍTULO HORRENDO



Os jornais e TVs da mídia corporativa acordaram neste domingo tocando como fanfarras a invasão das comunidades da Rocinha e do Vidigal por forças militares e policias, sem que fosse preciso dar um tiro. Esse detalhe parece insignificante, mas não é. É que a invasão tendo data e hora anunciadas há semanas, permitiu que  os traficantes se mandassem das comunidades em direção que não é tão desconhecida assim, qual seja, as cidades do interior fluminense.

Essa farsa pode até sossegar os incorporadores imobiliários e as multinacionais do divertimento, mas só vai piorar o clima de insegurança no estado do Rio de Janeiro. O motivo é simples: ao empreender uma tática diversionista de combate ao narcotráfico, o que o Estado faz é atuar como um médico que em vez de curar um câncer utiliza técnicas que permite a sua difusão pelo corpo inteiro. Mas como a metástase de uma sociedade não atinge apenas um indivíduo, o que está se fazendo no Rio de Janeiro é muito mais grave.

Isto sem falar no fato de que agora as comunidades da Rocinha e do Vidigal, como já está as do Complexo do Alemão, vão ter que se acostumar ao abuso fardado e aos coturnos no pescoço. E isto não deveria preocupar apenas quem mora nas áreas que estão sendo ocupadas pelas forças policiais-militares, mas a todos os que desejam viver numa sociedade mais democrática e socialmente justa. Afinal de contas, o que está se vendo caminha no sentido exatamente contrário. Para delírio dos ricos e deleite de autoridades que estão muito aquém das tarefas históricas que a sociedade brasileira e a fluminense em especial estão defrontadas neste momento.

Ah! E uma pergunta que não quer calar: as milícias também vão ser impedidas de se instalar na Rocinha e no Vidigal?